O título de uma exposição organizada pela Arquivo Nacional há alguns anos, me veio à cabeça quando lembrei da cumplicidade do oligopólio da mídia (Globo, Folha, Estadão, Veja e congêneres) na fuga de Bolsonaro dos debates em 2018.
Desrespeitando o eleitor e afrontando premissas republicanas básicas, Bolsonaro, para não expor sua monumental estupidez em relação a todos os assuntos importantes para um candidato a presidente da República, se negou a enfrentar Haddad no segundo turno.
No primeiro turno, como se sabe, participou apenas de um debate, pouco antes de transformar em palanque um quarto de hospital, com ampla cobertura midiática.
Em vez de mostrar a cadeira vazia e entrevistar o candidato presente, como fizera em eleições anteriores, a Globo e demais emissoras optaram por cancelar os debates.
Mesmo sabendo que a ausência de Bolsonaro devia-se à certeza do capitão de que seria massacrado por um candidato preparado como Haddad, os porta-vozes dos barões da mídia resolveram creditar sua debandada a uma elogiável e sagaz "tática eleitoral".
Hoje a imprensa comercial faz de tudo para se eximir de suas responsabilidades pela desgraça fascista que se abateu sobre o país. Mas não escapará do veredicto da história.