É absolutamente inacreditável o que está vindo à tona do esgoto, cuja tampa foi aberta, daquela triste República de Curitiba. O Juiz era o chefe do grupo, tudo era combinado e a desfaçatez não tinha limites. A instrumentalização do Judiciário e do Ministério Público é acintosa, vergonhosa e criminosa. E a sensação de poder era tal e tanta que agora a imprensa notícia que eles ousavam criar, inventar, forjar depoimentos!
O grau de desprezo por qualquer regra constitucional mínima chega a ser surpreendente, mesmo em se tratando desse bando que se julgava acima da lei. Eles tinham um Código de Processo Penal de Curitiba e um código moral inexistente. Vejam a matéria veiculada hoje na ConJur, que situação grave e constrangedora.
Segundo o respeitado site jurídico, a “Polícia Federal forjou depoimentos para ajudar a lava jato”. Prestem atenção especialmente no seguinte diálogo:
“O mesmo ocorreu com Padilha e outros. Temos que chamar esse pessoal aqui e reinquiri-los. Já disse, a culpa maior é nossa. Fomos displicentes!!! Todos nós, onde me incluo. Era uma coisa obvia q não vimos. Confiamos nos advogados e nos colaboradores. Erramos mesmo!” – diálogo travado entre Martelli Júnior e Deltan Dallagnol.
É estarrecedor! E urge que seja esclarecida essa “confiança” nos advogados e colaboradores. Tudo bem que o tal Deltan confessou que “já perdeu a vergonha na cara faz tempo.” Cabe agora que ele aponte os advogados e os colaboradores nos quais ele depositava a confiança e usava para manipular o que há de mais sagrado no processo, a produção da prova. E que confiança era essa. O cheiro putrefato que ronda a força tarefa não pode impregnar a classe dos advogados.