FOTO SÉRGIO LIMA/AFP
Uma das faces mais cruéis do governo Bolsonaro é completa falta de solidariedade, a ausência da capacidade de se colocar no lugar do próximo e a carência de entendimento das aflições humanas. Até pouco tempo, era inimaginável pensar que mais de um ministro e generais de quatro estrelas teriam que se vacinar escondidos. Também era impensável que um ministro pudesse reclamar que o filho do porteiro chegou à universidade ou que uma empregada doméstica conseguiu viajar para a Disney.
A educação é o passaporte para o futuro do Brasil. Entre as conquistas que tenho mais orgulho de ter participado em minha vida pública estão a ampliação da rede de Universidades e dos Institutos Federais de Educação e a aprovação da Lei de Cotas. Assegurar um acesso diferenciado para os estudantes das escolas públicas, os filhos da pobreza, negros e indígenas mudou a história da educação pública brasileira.
Antigos preconceitos, como o argumento de que as políticas de acesso diferenciado ao ensino superior iriam comprometer a qualidade das nossas universidades já ruíram. Estudos diversos e rigorosos apontam que o desempenho de cotistas nas universidades públicas e dos alunos do ProUni, por exemplo, é similar ao dos demais estudantes não cotistas. Os estudantes do Fies ainda possuem um desempenho um pouco inferior.
O resultado dessa opção política de enfrentar a desigualdade é que, em 2015, 35% dos participantes do Enade foram os primeiros das suas famílias a concluírem o ensino superior. Além disso, em 2020, pela primeira vez na história os negros passaram a ser maioria em nossas universidades. São mudanças intergeracionais e estruturais na educação superior brasileira.
O Brasil é muito maior do que essa visão elitista, atrasada, preconceituosa, obscurantista e de estado mínimo, que está no centro da política neoliberal, defendida por Guedes e Bolsonaro e que fracassou em todo o mundo. Já provamos que, com gestão qualificada e com o compromisso de governar para todos, mas especialmente para os que mais precisam, é possível combinar estabilidade econômica, crescimento sustentado, paz, justiça social, orgulho, soberania nacional e projeção e respeito internacional.