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Bolsonaro prensado entre a CPI e as manifestações

Jun 22, 2021

Por RBA                                                                                                                                                 

 

Foto: Elineudo Meira/@fotografia75

O presidente Jair Bolsonaro protagonizou mais um ataque à imprensa nesta segunda-feira (21). Em Guaratinguetá, interior de São Paulo, agrediu verbalmente a repórter Laurene Santos, da TV Vanguarda, afiliada da Rede Globo. Em nota, a Associação Brasileira de Imprensa (ABI) classificou Bolsonaro como “perturbado, desvairado e enlouquecido”. Além de apoiar o seu impeachment, a ABI clamou para que o próprio presidente renuncie.

De acordo com o cientista político e membro do Instituto de Advogados Brasileiros (IAB) Jorge Rubem Folena, o episódio revela sinais de desespero. Para ele, Bolsonaro está isolado, sem apoio político e popular, sustentado apenas pelos militares.

“O que aconteceu ontem é o desespero do governo. Bolsonaro está prensado pela CPI da Covid e pelas manifestações, que começam a ganhar corpo, num movimento que se expande cada vez mais. Então ele está completamente isolado. Não tem respaldo popular nenhum”, destacou Folena, em entrevista a Marilu Cabañas, para o Jornal Brasil Atual, nesta terça-feira (22).

Como tentativa de reação à CPI e às manifestações, o presidente Bolsonaro vem promovendo passeios de moto aos fins de semana. Além de inócuos e sem sentido, Folena também afirmou que essas manifestações em favor do presidente estão “completamente esvaziadas”. A última, ocorrida em São Paulo, reuniu cerca de 6,6 mil motos, segundo o sistema eletrônico que controla a passagem pelo pedágio da Rodovia Bandeirantes.

Lira e o Centrão

O cientista político afirma que até mesmo a aliança com os partidos do chamado Centrão será colocada em xeque, diante do derretimento de Bolsonaro e a proximidade das eleições do ano que vem. “Mais dia menos dias, essa base de apoio do Centrão vai descolar do Bolsonaro. É insustentável. Mas ano que vem tem eleições. E se continuarem nesse caminho, muitos não vão retornar”, alertou Folena.

 Nesse sentido, ele diz que é hora de redobrar as pressões sobre o presidente da Câmara, Arthur Lira. É ele quem tem a prerrogativa para colocar em votação ao menos um dos mais de 100 pedidos de afastamento contra Bolsonaro.

“São quase três anos e nada foi feito pelo país. As obras inauguradas por ele foram iniciadas nos governos anteriores. Além disso, não apresentou nada para a sociedade. Pelo contrário, só apresenta a pobreza e a miséria. Nenhum incentivo para a indústria e o comércio. Para os trabalhadores, um achatamento salarial insuportável”, destacou Folena.

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