Nem tudo é baixo astral, sujeira, mau cheiro e doença no Brasil de Bolsonaro. Rebeca Andrade, menina negra de 22 anos, encantou na classificatória da ginástica artística na Olimpíada de Tóquio.
Conquistou vaga em três finais e pode ser a primeira brasileira medalhista olímpica na modalidade.
Sofreu duas cirurgias nos joelhos e passou na segunda posição, com 57,399 pontos, atrás apenas da americana Simone Biles por 0,332. Ainda foi a terceira colocada no salto e a quarta no solo.
“Ela veio quente, hoje eu tô fervendo
Ela veio quente, hoje eu tô fervendo
Quer desafiar, não to entendendo
Mexeu com o R7 vai voltar com a […]”
O autor e cantor é João Israel Simeão, MC João, que tinha 24 anos quando estreou com uma letra que mistura violência e sexo — ou seja, nada diferente do que o rock sempre fez.
O pai morreu quando ele tinha 17 anos, era pedreiro e sustentava a família, e João ficou sozinho para cuidar da mãe, com problemas de saúde, e duas irmãs.
Rebeca é de Guarulhos, na Grande São Paulo. Ficou fora do Mundial e do Pan de 2019, e só conseguiu a vaga olímpica no pan-americano da categoria disputado em junho, no Rio.
Seu feito é fruto de esforço, de suor, do amparo da mãe, que sempre cita — e do milagre. O milagre de sobreviver e brilhar neste país.
Essa é a medalha que ela já trouxe. O resto é história.