Não se aconselha a vampiros do orçamento buscar a luz do dia. Assim como nos clássicos do gênero, terminarão na fogueira, depois de perseguidos pelos moradores da vila.
Acontece que há, não uma, mas várias balas de prata no seu caminho, denúncias no MInistério Público, A ideologia da Lava Jato poupou algumas das maiores obviedades da República. Estão aí, livres, leves e soltos Eliseu Padilha, Michel Temer, Romero Jucá, Fernando Bezerra e o próprio Barros.
Michel Temer e Geddel Vieira Lima foram vítimas de acidentes de percurso: Temer porque a JBS ofereceu ao Procurador Geral Rodrigo Janot seu momento de glória; Geddel porque guardava dinheiro no apartamento. Mesmo assim, Temer está aí, reabilitado pela mídia. Até o Estadão considerou frágil uma prova que consistia em:
- Temer indicar um representante para negociar com a JBS.
- O representante sair do encontro com uma valise com 500 mil reais.
De certo, ele estava com cartão de crédito bloqueado e resolveu andar com dinheiro vivo na carteira. Perdão, na valise.
Apesar de ser o país da hipocrisia, Eduardo Cunha dançou justamente porque se expôs demais à luz do dia. E foi preso, mesmo despertando sentimentos humanitários no juiz Sérgio Moro, que era contra sua delação, contra a apreensão de celulares e contra a detenção da sua esposa.
Barros não aprendeu a lição de evitar a luz do sol. Deu de macho, encantou a boiada, tentou pegar carona nos arroubos de Bolsonaro, de enfrentar as instituições com “meu Exército” e quetais.
Nas próximas semanas, o que ocorrerá é a aceleração dos inquéritos aos quais responde. E a exposição da pior corrupção que o Brasil, cansado de escândalos, já testemunhou: a interrupção na importação de remédios para tratamento de crianças com câncer, para favorecer as importações da Global-Precisa. É até possível que os próprios aliados cravem a adaga de prata no seu coração, antes que os aldeões os cerquem com suas tochas acesas.