Em sua intentona golpista contra o Supremo Tribunal Federal (STF), o cantor bolsonarista Sérgio Reis afirma que tem apoio dos “empresários da soja” e de caminhoneiros.
O artista planeja um ato em Brasília e ameaça invadir o prédio da corte suprema e retirar os ministros “na marra” caso o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG), não atenda seu pedido de aprovar o voto impresso, já derrotado na Câmara, e de destituir os magistrados do ST
Em entrevista ao jornalista Chico Alves, do portal UOL, no entanto, as principais lideranças dos caminhoneiros negaram que estejam articulando essa mobilização com Sérgio Reis.
“Sérgio Reis não representa nem os artistas, quanto mais os caminhoneiros (…) Ninguém conhece esse tal de Zé Trovâo e esse tal de Chicão Caminheiro, que aparecem nos áudios de WhatsApp convocando para a manifestação. Os caminhões que vão participar são bancados pelo agronegócio”, afirmou Plinio Dias, presidente do Conselho Nacional do Transporte Rodoviário de Carga (CNTRC).
“Senhor Sérgio Reis, você é um canalha, devia estar buscando uma maneira de resolvermos o problema da fome no Brasil, o problema de dar dignidade à população brasileira, não atuar para beneficiar o setor do agronegócio que explora o caminhoneiro”, disse em vídeo divulgado nas redes sociais.
Plano golpista
O cantor bolsonarista Sérgio Reis, que está ajudando a organizar manifestação em apoio a Jair Bolsonaro e contra o Supremo Tribunal Federal (STF), estaria também por trás de um plano golpista: ele pretende dar um “ultimato” no presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG), invadir o prédio da corte suprema, “quebrar tudo” e retirar os ministros de lá “na marra”.
Em um áudio atribuído ao artista e que vazou nas redes sociais, ele conta a uma pessoa identificada como Marcelo que empresários do soja estariam financiando uma mobilização de bolsonaristas em Brasília em prol do voto impresso, proposta defendida por Jair Bolsonaro e que foi, recentemente, derrotada na Câmara.
Na gravação, Sérgio Reis afirma que almoçou com Jair Bolsonaro e teve reunião com o presidente e “todos os ministérios, ministro da Defesa, generais do Exército, Marinha e Aeronáutica”.
Ele ainda diz que irá pessoalmente ao Senado, no dia 8 de setembro, acompanhado de empresários da soja e lideranças dos caminhoneiros para entregar um documento a Rodrigo Pacheco solicitando a aprovação imediata do voto impresso e a destituição de todos os ministros do STF.
Segundo o sertanejo, eles entregarão a Pacheco “uma intimação” em que estaria descrito que “vocês tem 72 horas pra aprovar o voto impresso e para tirar todos os ministros do STF”.
“Não é um pedido, é uma ordem. Assim que vou falar com o presidente do Senado”, diz.
“Enquanto o Senado não tomar essa posição que nós mandamos fazer, vamos ficar em Brasília e não saímos de lá até isso acontecer. E, se em 30 dias não tirarem aqueles caras, nós vamos invadir, quebrar tudo e tirar os caras na marra”, dispara.