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O presidente da Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU) na reunião realizada no Dia Mundial de Combate à Aids, Abdulla Shahid, ressaltou a necessidade urgente de acabar com as desigualdades que impulsionam não só a doença causada pelo vírus HIV, mas também outras pandemias, como a da covid-19, em todo o mundo. Sem uma ação ousada contra as desigualdades, o mundo corre o risco de não cumprir as metas para erradicar a aids até 2030.
“Devemos reforçar a cooperação internacional e a solidariedade na luta contra o HIV, contra a covid-19 e em qualquer questão de saúde pública que proteja nosso povo”, disse ele.
“Este encontro é uma oportunidade para discutir como a experiência de luta contra o HIV/Aids pode informar e orientar respostas eficazes, sensíveis aos direitos humanos e centradas nas pessoas a doenças infecciosas, como a covid-19”, disse Shahid. “Temos a responsabilidade de agir.”
A chefe do programa conjunto das Nações Unidas sobre HIV/Aids (Unaids), Winnie Byanyima, emitiu um aviso em sua mensagem virtual de que a aids continua sendo uma pandemia. “A luz vermelha está piscando e apenas movendo-se rapidamente para acabar com as desigualdades que impulsionam a pandemia podemos superá-la”, pontuou.
Byanyima observou que, em meio à crise do covid-19, o progresso no combate à disseminação do HIV está sob tensão ainda maior, com interrupção de serviços de prevenção e tratamento, educação, programas de prevenção à violência, entre outros. “Em nossa trajetória atual, não estamos dobrando a curva rápido o suficiente e arriscamos ter uma pandemia de Aids que dure décadas”, advertiu.
Ao abordar as desigualdades que retêm o progresso no combate à doença, ela afirmou que “podemos cumprir a promessa de acabar com a aids até 2030”. “Está em nossas mãos”, disse ela.
A diretora e representante do Unaids no Brasil, Claudia Velasquez, apontou em artigo publicado hoje as ameaças às conquistas obtidas nos últimos anos na luta contra a doença. “Com a covid-19, os ganhos que conquistamos para acabar com a AIDS correm o risco de serem perdidos. Não por falta de conhecimento ou de ferramentas para acabar com a AIDS, mas por causa das desigualdades estruturais, que são potencializadas pelo estigma e discriminação e limitam o acesso a soluções comprovadas para a prevenção e tratamento do HIV”, escreveu.