Que a esquerda e os setores progressistas da sociedade estejam preparados: a elite empresarial conservadora, os grupos de mídia, a direita e a extrema-direita já lustram suas armas para fazer das eleições de 2022 a mais suja de todos os tempos, superando até mesmo as fake news, a máquina de difamações e a farsa da facada que marcaram o pleito de 2018.
Perde tempo e dorme no ponto, por exemplo, quem espera algum comedimento e apego a premissas do bom jornalismo por parte da mídia comercial. Caso típico de “pau que nasce torno e morre torto”, o oligopólio da imprensa já expõe a ponta do iceberg do arsenal de golpes abaixo da linha da cintura que pretende desferir ano que vem contra o favoritismo de Lula.
Com a base na realidade paralela que criaram - um mundo feito de omissões, manipulações, distorções e mentiras deslavadas -, Lula não foi absolvido em 20 processos, mas apenas se beneficiou de uma tecnicalidade da justiça.
Por essa lógica, o líder de todas as pesquisas não é inocente, embora sejam sobejamente conhecidas as provas contundentes apresentadas pelos advogados do ex-presidente em relação às acusações ridículas de propriedade de um moquifo no Guarujá ou de um sítio mequetrefe em Atibaia.
Para as famílias Marinho, Frias, Sayad, Macedo e Silvio Santos, é como se decisão da suprema corte do país de declarar Moro um juiz parcial e, portanto, corrupto, jamais tivesse existido.
Sem cerimônia, são varridos para debaixo do tapete e escondidos do distinto público todos os crimes cometidos pelo ex-juiz, como a trama com os procuradores para incriminar Lula e o PT, as escutas clandestinas de autoridades e advogados, a destruição do setor de óleo e gás, com a perda de 4 milhões de postos de trabalho, além do jogo combinado com o Departamento de Justiça dos EUA, em flagrante traição aos interesses da pátria.
Ao contrário, sua candidatura é tratada como a coisa mais legítima e natural do mundo. No afã de catapultá-lo, a imprensa lhe oferece espaços absolutamente desproporcionais à sua importância real aferida nas pesquisas,
Tudo para fazer de Moro o candidato da claudicante terceira via, forçando a barra para tentar alçar ao topo dos prioridades nacionais o tema da corrupção, que ocupa hoje o quinto lugar em todas as pesquisas, atrás de saúde, emprego, educação e segurança, nesta ordem.
Os grupos de mídia hoje apostam suas fichas em Moro e em Dória, à espera de qual dos dois mostre melhor desempenho nas pesquisas.
No que se refere à tática eleitoral de Bolsonaro, alguém em sã consciência é capaz de acreditar que o capitão e sua legião de cães hidrófobos farão campanha sem recorrer às fake news mais asquerosas e repugnantes, e que Lula será o alvo preferencial dessa matilha?
E quanto aos capitalistas do setor financeiro e das grandes corporações? Como odeiam os pobres e são incapazes de pensar em um projeto inclusivo de país, certamente recorrerão a um vale tudo para impedir que os mais humildes voltem a figurar no orçamento do país, visto como propriedade exclusiva deles.
Tudo somado e considerado, vejo como remotíssima a possibilidade de Lula liquidar a fatura no primeiro turno. Existe direita no Brasil e ela não tem escrúpulos. Vale lembrar que Lula e Dilma duas vezes, quando venceram, tiveram que disputar segundo turno.
Mas venceremos.