Decepcionante a nota do PT em resposta às agressões feitas por Gilmar Mendes em seu quilométrico, e derrotado, voto a favor do financiamento privado das campanhas.
Gilmar atirou com bazuca e o PT devolveu com pedrinhas num estilingue.
O PT vai estudar o que fazer, depois da transcrição?
Ora, a fala foi documentada em vídeo, e amplamente repercutida.
Tenho citado, e com motivos, o jurista alemão Rudolf von Ihering, um inovador do século 19 que instou vigorosamente os caluniados a buscar reparação na Justiça.
Não era apenas uma questão de direito, afirmou ele. Era também um dever perante a sociedade.
Calúnias e outros ataques, quando combatidos na Justiça, tendem a diminuir. O predador sabe que vai enfrentar consequências.
Quem se defende, portanto, faz um bem a si próprio e à coletividade.
E quem não se defende merece ser tratado como verme.
Você pode dizer. Ah, mas com esta Justiça brasileira.
É verdade. O DCM mesmo deixou de processar caluniadores por essa lógica.
Não mais.
Decidimos seguir a orientação sábia de Ihering.
Direito é uma coisa fluida, dinâmica, em constante mutação. E depende, para evoluir, de reivindicações de injustiçados.
Lula claramente adotou a visão de Ihering ao começar a processar detratores, o último dos quais o pseudo-historiador Villa.
É pedregoso. Poucas semanas atrás, um juiz entendeu que Gentili não cometera calúnia ao dizer que Lula mesmo armou o ataque a seu instituto.
Foi humor, segundo o juiz.
Paciência. Mas Lula obrigou Gentili a procurar um advogado, a gastar dinheiro e tempo com sai defesa etc.
Em suma, deu a ele dor de cabeça. É um bom começo: dar dor de cabeça.
Na mesma linha, Mantega brilhou ao acionar os desvairados que o xingaram num restaurante.
Ambos se retrataram covardemente, e agora não se atreverão mais a importunar outros azarados que se cruzem em seu caminho.
Foi uma humilhação pública para os dois fanáticos.
Outros desequilibrados pensarão duas vezes também: e se a pessoa que eles ofenderem fizer como Mantega e buscar reparação na Justiça?
Aos bons exemplos de Lula e Mantega se junta agora, em oposição, o mau exemplo do PT.
A nota tinha que ter a dureza que o momento exige e anunciar para já um processo.
Uma coletiva devia ser anunciada para dar maior amplitude à decisão.
Enquanto o PT se comportar desta forma, Gilmar e outros arquiconservadores se sentirão à vontade para proferir toda sorte de insultos.