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Juvândia: Bancos propõem a bancários perda real de 4%

Set 26, 2015

Por Viomundo                    

 

 

Ultima rodada de negociação aconteceu nesta sexta-feira (25); Sem aumento real, categoria pode ir a greve a partir do dia 06.

da Assessoria de Imprensa do Sindicato dos Bancários de São Paulo

Enquanto propõem perda real de 4% para a categoria bancária, os bancos praticam elevada política de remuneração para seus altos executivos. A remuneração total anual média de um diretor executivo do Itaú, por exemplo, em 2015 será de R$ 12,8 milhões e no Bradesco R$ 4,9 milhões, de acordo com dados da Comissão de Valores Mobiliários (CVM).

Em negociação desde agosto, a última rodada de negociação aconteceu nesta sexta-feira (25), em São Paulo, entre a Federação dos Bancos (Fenaban) e Comando Nacional dos Bancários.

A proposta dos bancos foi de 5,5% de reajuste com R$2.500 de abono para os trabalhadores. O que representa perda real de 4% (de acordo com a inflação de 9,88%). Isso significa que um bancário que recebe o salário médio da categoria iria perder no ano R$ 1.983 em relação a uma proposta que apenas cobrisse a inflação.

O Comando vai indicar a rejeição da proposta nas assembleias e a categoria pode entrar em greve a partir do dia 06.

“Esse foi o pior índice oferecido pelos bancos desde 2004. Perda real não é condizente com os resultados dos bancos, que tiveram lucro líquido  de R$ 36,3 bilhões nos últimos seis meses. As instituições financeiras estão colocando a categoria em greve de forma irresponsável, ao mesmo tempo que cobram juros de mais de 400% no cartão de crédito, prejudicando toda a população. Haverá assembleia dia 1 em todo o país e vamos indicar a rejeição da proposta. Até lá a Fenaban tem prazo para apresentar uma proposta condizente com os ganhos bilionários dos bancos para os trabalhadores”, disse Juvandia Moreira, presidenta do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região e uma das coordenadoras do Comando Nacional dos Bancários

“Após diversas rodadas de negociação, apresentamos uma série de dados que comprovam a viabilidade das nossas reivindicações e a federação dos bancos nos apresentam uma proposta com perda real, ignorando questões fundamentais para manter o emprego do trabalhador e melhorar as condições de trabalho da categoria”, disse Roberto von der Osten, presidente da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT) e um dos coordenadores do Comando Nacional.

Lucro - O lucro líquido dos cinco maiores bancos atuantes no Brasil (Banco do Brasil, Caixa Econômica Federal, Bradesco, Itaú-Unibanco e Santander), nos seis primeiros meses do ano, atingiu a marca de R$ 36,3 bilhões, com crescimento de 27,4% em relação ao mesmo período do ano passado. Os principais itens do balanço desses bancos comprovam o sólido desempenho do setor. As receitas com prestação de serviços e tarifas bancarias cresceram 11,4% atingindo o valor de R$ 55 bilhões.

Dados – Entre 1997 e 2014, o crescimento real do lucro dos bancos foi 2,34 vezes maior do que o crescimento da PLR de um caixa de banco, por exemplo. Enquanto nossa luta conquistou ganho real acumulado de 20,7% desde 2004 na Convenção Coletiva da categoria os dados da RAIS apontam que no mesmo período a remuneração média dos bancários cresceu 14,9%. Essa diferença se deve a política de rotatividade dos bancos que contratam novos trabalhadores ganhando muito menos do que aqueles que são demitidos.

Por outro lado, a remuneração total anual média de um diretor executivo do Itaú, por exemplo, em 2015 será de R$ 12,8 milhões e no Bradesco R$ 4,9 milhões, de acordo com dados da Comissão de Valores Mobiliários (CVM).

Rentabilidade – A rentabilidade do patrimônio líquido dos bancos (ROE, Return on Equity em inglês) segue entre as mais elevadas da economia brasileira, quando comparada a outros setores de atividade econômica. Este é um dos principais indicadores de desempenho empresarial e mede a capacidade de uma empresa agregar valor a ela mesma. De acordo com dados da Consultoria Economatica, a rentabilidade média do setor de Finanças e Seguros brasileiros ficou em 19,1% no primeiro semestre de 2015. O setor de Comércio teve rentabilidade média de 10,2% no mesmo período, setor Químico (4,5%); setor de Construção (3,9%); setor Têxtil (3,1%). Outros setores importantes da economia tiveram rentabilidade média negativa no período: Siderurgia e Metalurgia (-18,3%), Mineração (-8,6%); Petróleo e Gás (-5%).

Calendário Campanha Nacional Unificada 2015 – A categoria entregou a pauta de reivindicações no dia 11 de agosto. Já foram discutidos os temas emprego (19/08), saúde, segurança e condições de trabalho (02 e 03/09), igualdade de oportunidades (09/09) e remuneração (16/09). Data-base da categoria é 1º de setembro.

Dados da Categoria – Os bancários são uma das poucas categorias no país que possui Convenção Coletiva de Trabalho (CCT) com validade nacional. Os direitos conquistados têm legitimidade em todo o país. São mais de 500 mil bancários no Brasil, sendo 142 mil na base do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região, o maior do país. Nos últimos onze anos, a categoria conseguiu aumento real acumulado entre 2004 e 2014 de 20,07%: sendo 1,50% em 2009; 3,08% em 2010; 1,50% em 2011, 2% em 2012, 1,82% em 2013 e 2,02% em 2014.

Principais reivindicações da Campanha Nacional Unificada 2015:

Reajuste Salarial de 16%, sendo 5,6% de aumento real, com inflação de 9,88% (INPC)

PLR – três salários mais R$ 7.246,82

Piso – Salário mínimo do Dieese (R$ 3.299,66)

Vales Alimentação, Refeição, 13ª cesta e auxílio-creche/babá  – Salário Mínimo Nacional (R$ 788);
14º salário

Fim das metas abusivas e assédio moral – A categoria é submetida a uma pressão abusiva por cumprimento de metas, que tem provocado alto índice de adoecimento dos bancários

Emprego – Fim das demissões, ampliação das contratações, combate às terceirizações e precarização das condições de trabalho

Mais segurança nas agências bancárias

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