Foto: Ricardo Stuckert
Em todo país, o 11 de agosto será marcado por mobilizações em defesa da democracia. Movimentos sociais e estudantil, centrais sindicais que compõem as frentes Brasil Popular e Povo Sem Medo vão ocupar as ruas em resposta à escalada golpista do presidente Jair Bolsonaro. Até o momento, ao menos 21 capitais já têm atos confirmados. As organizações que integram a campanha “Fora, Bolsonaro” decidiram unificar a data das manifestações de rua com a dos atos pela democracia que ocorrerão na Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo (USP).
O evento começa com a leitura do manifesto Em Defesa da Democracia e da Justiça, de iniciativa da Fiesp e subscrito pelas centrais sindicais e diversas entidades da sociedade civil. Na sequência, ex-alunos do Largo do São Francisco farão a leitura da Carta às brasileiras e aos brasileiros em defesa do Estado democrático de Direito. O documento já conta com mais de 800 mil assinaturas.
Além disso, Bolsonaro insufla seus apoiadores a atacar as instituições e a democracia em atos do 7 de setembro. Ele tentou, até mesmo, transferir para a praia de Copacabana, zona sul do Rio de Janeiro, o tradicional desfile de tropas e blindados em comemoração ao Dia da Independência, transformando a cerimônia cívica em manifestação de apoio ao seu próprio governo.
As mobilizações também marcam o Dia do Estudante, com protestos contra os cortes na Educação durante o governo Bolsonaro. Com o mais recente contingenciamento das verbas do Ministério da Educação, 17 universidades pelo país correm o risco de ter de parar suas atividades.
“É menos dinheiro transferido para a educação e mais dinheiro para luxos, cartões coorporativos e viagens. #BolsonaroNãoTrabalha e está definitivamente acabando com o nosso país”, tuitou a presidenta da União Nacional dos Estudantes (UNE), Bruna Brelaz.
Para ela, o atual presidente “tem medo de ir para a cadeia”, por isso ameaça a democracia e questiona o processo eleitoral. Nesse sentido, ela destaca que a UNE sempre esteve na “linha de frente” em defesa do regime democrático. “Não é agora que vamos baixar a guarda para esses fascistas.”
Contra a fome, o desemprego e a violência política
Josué Rocha, coordenador do MTST e integrante da campanha “Fora, Bolsonaro” destaca que, além das ameaças políticas, os manifestantes também vão denunciar a crise social que afeta a maioria da população. “Iremos às ruas em defesa da democracia, de eleições livres, mas também contra a violência política, e para denunciar a fome e o desemprego”.
Levantamento da Rede Brasileira de Pesquisa em Soberania e Segurança Alimentar e Nutricional (Rede Penssan) mostra que, em apenas um ano, o número de brasileiros sem ter o que comer saltou de 19 milhões para 33,1 milhões. O desemprego, por outro lado, vem reduzindo nos últimos meses. Mas, ao mesmo tempo, a renda cai e a informalidade é recorde. O rendimento médio do trabalhador caiu 5,1% em 12 meses. No mesmo período, o preço da cesta básica aumentou até 26,46%.
Recado ao “capitão”
“Bolsonaro insiste em praticar atos antidemocráticos, querendo usar as Forças Armadas para mostrar poder, já que não tem apoio popular”, afirmou, ao Portal da CUT, o secretário-adjunto de Mobilização da central, Milton dos Santos Rezende, o Miltinho. “Por isso precisamos ir às ruas e por meio das manifestações fazer a disputa política dentro das regras que a própria democracia estabelece”, acrescentou.
O dirigente destaca o risco que Bolsonaro representa à democracia brasileira. Essas investidas golpistas, segundo ele, agravam ainda mais a situação econômica do país. “Temos um insano no poder que não aceita as regras e que quer impor as suas condições. Isso traz instabilidade política e econômica ao país. Nenhum investidor vai querer investir em um país em uma situação como está o Brasil”, afirmou.
Nesse sentido, a preocupação com os rumos da democracia brasileira deve ser de toda a sociedade. Assim, Miltinho destaca a importância da Carta aos brasileiros e do manifesto de empresários e trabalhadores, como exemplos de iniciativas plurais, que aglutinam o apoio de diferentes setores organizados, além de inúmeras personalidades de diversas áreas.
Os atos pela democracia no 11 de agosto
Alagoas
Maceió – Praça do Centenário, 8h
Amazonas
Manaus – Praça da Saudade, às 15h
Bahia
Salvador – Praça do Campo Grande, às 9h
Ceará
Fortaleza – Praça da Bandeira, às 9h; Gentilândia, às 16h; e Casa do Estudante, às 19h
Distrito Federal
Brasília – Às 15h, ato no Congresso Nacional.
Espírito Santo
Vitória – Praça Costa Pereira, 10h
Goiás
Goiânia – Praça Universitária, às 17h
Maranhão
São Luís – Praça Deodoro, às 16h
Minas Gerais
Belo Horizonte – Praça Afonso Arinos, às 17h
Mato Grosso do Sul
Campo Grande – Câmara Municipal, às 10h
Paraíba
João Pessoa – Lyceu Paraibano, às 14h
Paraná
Curitiba – Praça Santos Andrade, às 15h30
Pernambuco
Recife – Rua da Aurora, às 15h
Pará
Belém – Mercado São Braz, às 17h
Piauí
Teresina – Praça Rio Branco, às 8h30
Rio de Janeiro
Centro da capital – Candelária, às 16h
Rio Grande do Norte
Natal – Midway Mall, às 14h30
Rio Grande do Sul
Porto Alegre – Colégio Júlio de Castilhos, às 8h
Santa Catarina
Florianópolis – Auditório da Reitoria da Universidade Federal de Santa Catarina, 10h
São Paulo
No centro da capital, às 11h, será lida a Carta às brasileiras e brasileiros em defesa do Estado Democrático de Direito, na Faculdade de Direito da USP. Às 9h e às 17h, atos de massa serão realizados em frente ao Masp, na Avenida Paulista
Ribeirão Preto – Faculdade de Direito, às 10h; e Esplanada do Teatro Pedro II, às 17h
Santos – Praça dos Andradas, às 10h
Sergipe
Aracaju- Praça Getúlio Vargas, Bairro São José, às 15h