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Aprendendo a bater

Out 15, 2022

Por Denise Assis, no DCM                                                                                                     

                                                     

Foto: Ricardo Stuckert

O legado da reeleição desequilibrou o jogo num país em que os políticos de modo geral não sabem separar a máquina pública dos seus interesses pessoais. O que está no posto, por exemplo, desde que desceu do parlatório, ao encerrar o seu discurso de posse, já deu início à campanha pela reeleição. Foi só o que fez nos seus quase quatro anos de mandato.

Fora a campanha diuturna, montou equipes de sustentação a esse plano, e uma máquina azeitada de fake News e de embaralhamento do jogo, onde inseriu os filhos, seguidores ideológicos – vide Damares Alves – e as Forças Armadas, que o seguiram por mimos que vão desde próteses penianas, a medidas que permitiram a soma de soldos e salários na casa de quase um milhão, como foi o caso de seu candidato a vice, Walter Braga Netto.
 

Outro ponto a ser considerado pela coordenação é que a onda de medo entre os eleitores tem a nítida intenção de desestimular os eleitores de irem até às urnas votar. “Temos de fazer uma campanha forte, a fim de estimular os nossos eleitores a irem votar.” De acordo com sua avaliação, já há um certo receio de ostentar os botons, adesivos e a camiseta com a face de Lula estampada, coisa que em todas as eleições era comum, e o uso do vermelho.

Entra aí a discussão em torno da sugestão da ex-candidata e senadora Simone Tebet, da opção pela cor branca, a fim de trazer o voto dos indecisos. Segundo a fonte, esse não é um ponto para o partido e nem sequer para Lula, que acolheu a sugestão e até compareceu em suas últimas aparições, ostentando o branco. O militante segue o seu coração e escolhe as suas cores. Sempre foi assim e a sugestão de Tebet foi encarada desta forma: apenas como uma sugestão.

Sobre abstenção, além do fator medo, há também uma certa desmobilização natural, ou perda de interesse. O eleitor – analisou a fonte -, depois que elegeu no primeiro turno o deputado e o governador por quem nutre simpatia, ou tem mais proximidade, se desinteressa pela eleição. “No segundo turno essa parte já está resolvida. Se pegarmos os dados ao longo dos anos, sempre a abstenção no segundo turno é maior. Isso acaba nos preocupando”.

Havendo comparecimento, reina confiança no comitê lulista. Do ponto de vista de agenda o foco continuará sendo o Sudeste. Há, porém, uma forte convicção de que dá para ampliar a margem de eleitores para Lula no Nordeste – ainda mais depois que Bolsonaro menosprezou a região, onde, segundo ele, os analfabetos tendem a eleger o Lula.

Outro ponto de honra é segurar Minas, o que na avaliação da fonte, “não está muito fácil por causa da atuação do Zema”. A ressalva, é a de que embora exista a parcela Lula/Zema, o fato de o governador ter sido eleito por 56,41% dos mineiros já no primeiro turno, requer cautela e muito trabalho no estado, segundo colégio eleitoral do país. “Ele entrou na campanha. Temos que cuidar. O Lula esteve lá, vai voltar, depois vai para Varginha…”, antecipou.

“A gente entende que essas atividades que aconteceram em Campinas e Belo Horizonte, as caminhadas, estão resolvidas. Cria uma onda boa do ponto de vista de público. A questão de rua está bem. Agora contamos com esses apoios que a gente avalia de muita importância”. Por exemplo, o apoio do prefeito Waguinho, de Bolford Roxo. “Houve muita comemoração, porque era um eleitor que não era nosso. Por isto que esse tipo de apoio é bom”.

Outra conclusão: “é uma campanha muito dura. Ela vai cada vez mais se intensificar e polarizar. Principalmente nos comerciais. Vamos bater forte. Cansamos de apanhar. Aprendemos a bater também. O Lula falando em amor no primeiro turno não faz mais sentido”. Segundo a avaliação da campanha, “o eleitor não vai perdoar o Lula ficar sendo chamado de ladrão e não reagir. Não pode levar desaforo para casa. Está sendo uma campanha forte e intensa”, destacou.

Por essas e outras ficou decidida a emissão da Carta aos evangélicos. “O problema é que tem uma parte que acredita que o Lula vai fechar igrejas, a outra acredita que ele fez pacto com o capeta. Então o Lula precisa responder. Para isto vai ser direcionada a carta. Temos de mover ações para esse público, o religioso, porque se você não faz nada eles acreditam que é isto mesmo. A omissão passa a impressão que é verdade”.

Sobre os apoios que não param de chegar, resumiu: “o Lula dá direito às pessoas de opinarem sobre aquilo que pensam. A campanha do Lula ficou ampla. São amplos os setores. Ele hoje representa a democracia. Vem gente de todo tipo. Você veja que veio o povo que foi do governo Fernando Henrique Cardoso… Todo esse povo tem opinião”. Não necessariamente a opinião dos novos “adeptos” não é o que está contido no programa do Lula, mas ele considera legítimo as pessoas opinarem. “Até porque, no segundo turno a pessoa não vota no candidato. Ela vota naquilo que ela não quer. E para votar contra aquilo que ela não quer, as pessoas têm que ter um motivo”. E não faltam motivos para barrar a permanência de Bolsonaro no poder. O país não ag

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