Foto: Nelson Almeida/AFP
No meio desse vendaval de rumores sobre o governo Lula, vamos a algumas certezas:
- O candidato de Lula ao Ministério da Fazenda é Fernando Haddad. Está sendo feito um trabalho junto ao mercado para amenizar resistências.
- Conforme adiantamos aqui, a escolha da equipe de transição na Economia – com André Lara Rezende, Pérsio Arida, Nelson Barbosa e Guilherme Mello – visou apenas reduzir as desconfianças do mercado em relação à futura política econômica e facilitar a aprovação da PEC do Orçamento. Mas o jogo de verdade começa no dia 2 de janeiro.
- Lula está mais do que convencido de que a única maneira de reativar a economia é através do aumento dos gastos públicos. As políticas sociais, ao melhorar as condições de vida da população de baixa renda, injetam dinheiro direto na economia, já que os recursos são integralmente gastos no consumo.
- Resta definir formas de financiar os investimentos em infraestrutura. Para tanto, haverá a necessidade da montagem de novos modelos, contando com a criatividade de Haddad n a Fazenda, o papel dos bancos públicos e das estatais remanescentes.
- O grande trunfo brasileiro será o meio ambiente. Lula será a grande estrela da COP 25. Os maiores fundos internacionais de investimento estão se aproximando do governo Lula, não apenas pelo fato de ter superado a maior ameaça ambiental ao mundo, Jair Bolsonaro, mas pelo potencial do país. Além da Amazônia e do etanol, o país tem reservas de lítio, amplo potencial para energia eólica e solar. Não faltarão recursos para a grande transição energética.
Além disso, outros fantasmas foram exorcizados. Ontem, o Ministro da Defesa Paulo Sérgio divulgou o relatório das Forças Armadas sobre as urnas eletrônicas. Foi uma tentativa canhestra de livrar a cara, usando conclusões dúvidas: não se levantou nenhuma fraude, mas não foi possível assegurar que não existam fraudes – uma versão Paulo Sérgio da máxima da Lava Jato segundo a qual, “não podemos provar sua culpa, mas não podemos garantir que seja inocente”.
O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) recebeu com satisfação o relatório final do Ministério da Defesa, que, assim como todas as demais entidades fiscalizadoras, não apontou a existência de nenhuma fraude ou inconsistência nas urnas eletrônicas e no processo eleitoral de 2022.