Foto: Dino Santos
Na noite da última terça-feira (13), a abertura política do 12º Congresso Nacional da CUT (CONCUT) teve a presença da presidenta Dilma Rousseff, do ex-presidente Lula e do ex-presidente uruguaio Pepe Mujica. Somados aos mais de 2000 delegados e delegadas de todo o Brasil, representantes de mais de 70 nacionalidades e entidades internacionais de trabalhadores, o tom da noite foi em defesa da democracia.
Dilma na condução
A presidenta fez um discurso como há muito não se via. Defendeu a legalidade democrática, a soberania dos recursos nacionais e seu direito de governo. Com clareza afirmou que o ataque que é feito contra ela, é um ataque ao que ela representa. É um ataque a estabilidade das instituições e contra um projeto de desenvolvimento, de inclusão social e de combate às desigualdades.
Em momento mais caloroso, perguntou "Quem tem força moral, reputação ilibada e biografia limpa suficientes para atacar a minha honra?”. Seguida de aplausos da multidão que lotava a plateia de trabalhadores.
Unidade Latino-americana e a defesa da memória
Liderança incontestável na América Latina, o ex-presidente uruguaio Pepe Mujica tratou os presentes como "compatriotas". Falou com a característica lucidez e a propriedade de quem enfrentou os males de uma ditadura. "O povo tem que ter memória. O que temos hoje são vitórias das gerações. Nada veio sem a dor dos que lutaram ontem.".
Fez a defesa da unidade na América do Sul contra as pressões do capital internacional e a perversidade débil daqueles que se articulam para enfraquecer as democracias. Reconhece as dificuldades da crise brasileira, mas lembra a todos que "A única luta perdida é a que desistimos de lutar.".
Lula faz a síntese
Lula cumpriu o papel de resumir e transformar a pluralidade das falas da noite em um discurso coeso e de unidade. Reconheceu o momento que a CUT se posiciona de maneira propositiva, ainda que criticamente.
Aproveitou a oportunidade para avaliar o processo histórico da América do Sul, em especial nas últimas duas décadas e o protagonismo do Brasil no futuro do continente.
“Nunca houve um acumulo de eleição de gente de esquerda e comprometida com os trabalhadores como nos últimos 15 anos na nossa querida América do Sul. Acho que é exatamente por isso que estamos vivendo esse momento de enfrentamento. Acho que o destino da América do Sul está definitivamente ligado à capacidade que o Brasil tem de juntar seus parceiros e construir uma política conjunta sul-americana.” analisou o ex-presidente.