O governo federal cancelou o benefício de 1,8 milhão de inscritos no programa Bolsa Família entre janeiro e maio após pente-fino. A informação é do Ministério do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome, por meio da Lei de Acesso à Informação, solicitada pelo jornal Poder 360.
Antes conhecido como Auxílio Brasil, o programa de transferência de renda é investigado por uso indevido durante as eleições, quando o governo de Jair Bolsonaro (PL) teria usado o benefício para compra de votos para se reeleger.
Empréstimos
O então Auxílio Brasil foi usado ainda para conceder, indiscriminadamente, crédito consignado aos beneficiários. Apenas durante o segundo turno, a Caixa Econômica Federal destinou R$ 7,6 bilhões a 2,9 milhões de pessoas, o que equivale a 99% do total de empréstimos feitos em 2022.
Após a vitória de Lula, apenas R$ 67 milhões foram liberados para 53 mil pessoas.
A Caixa nega que o volume de empréstimos tinha como objetivo favorecer o candidato à reeleição e informou que atuou conforme as autorizações emitidas pelo Ministério da Cidadania.
Desde a transição, realizada em novembro e dezembro, a equipe do governo Lula já tinha indícios do uso indevido do Auxílio Brasil na compra de votos.