Foto: Robervaldo Rocha/Câmara Municipal de Manaus
A tendência de envelhecimento da população brasileira se confirma com pesquisa divulgada nesta sexta-feira (16) pelo IBGE, mostrando que a presença de idosos (acima de 60 anos) passou a 15,1% em 2022, ante 11,3% uma década antes. Assim, em igual período, as pessoas abaixo dos 30 anos passaram de 49,9% para 43,3% do total.
Os que têm 30 ou mais foram de 50,1% para 56,7%. Entre os mais novos, a população de 10 a 13 anos caiu (de 6,7% para 5,4%), assim como a de 14 a 17 anos (de 7,1% para 5,6%). Os dados são da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) Contínua, que traz ainda informações sobre as condições de vida dos brasileiros.
Participação de brancos diminui
De acordo com o IBGE, no ano passado 45,3% se declararam pardos, ante 42,8% de brancos e 10,6% de pretos. Assim, a população branca caiu em relação a 2012 (46,3%). O total de pardos teve leve recuo (eram 45,6%) enquanto os pretos foram de 7,4% para 10,6%. Assim, esses dois segmentos representam a maioria da população: 55,9%.
“Em todas as regiões, entre 2012 e 2022, a participação da população de cor branca no total de habitantes do país diminuiu”, informa o IBGE. “No mesmo período, no Nordeste, ocorreu o maior aumento na participação das pessoas de cor preta (de 8,7% para 13,4%) e no Sul, o maior aumento da proporção de pessoas de cor parda (de 16,7% para 20,9%).”
Casas com apenas um morador
Nesses 10 anos, também aumentou a presença de residências com apenas um morador (de 12,2% para 15,9%). Nesse grupo, 45,9% tinham de 30 a 59 anos e 41,8%, 60 ou mais. A maioria das mulheres nos chamados domicílios unipessoais está entre os idosos. Mas o arranjo domiciliar mais frequente era o chamado nuclear – casal com ou sem filhos. Representava, no ano passado, 66,3% dos casos.
Ainda segundo o IBGE, em quase metade dos domicílios (49,8%) havia carros e em 25%, motocicletas. Em 13,1%, ambos os veículos. Nas regiões Norte e Nordeste, o total de domicílios com moto supera os carros. No Sul, residências com carros representavam 69,2%.
Luz para quase todos
Entre bens de consumo, 98,4% dos domicílios possuía geladeira. Já a máquina de lavar estava em 70,2% dos lares. A energia elétrica chegava à quase totalidade do país: 99,8% – 99,9% em áreas urbanas e 99% nas rurais. Em 73,7 milhões de domicílios (99,4%) a energia vinha da rede geral, disponível em tempo integral em 72,7 milhões (98,7%).
Além disso, a proporção de domicílios com lixo coletado diretamente por serviço de limpeza chegou a 86%. “Apesar desse crescimento, o lixo ainda era queimado (na propriedade) em um número considerável de domicílios do país em 2022. Isso ocorria sobretudo nas áreas rurais, onde mais da metade dos domicílios tinham como principal destino dado ao lixo a queima na propriedade”, diz Gustavo Geaquinto, analista da pesquisa.
Água e esgoto
No ano passado, 78% dos domicílios urbanos contavam com esgoto sanitário por rede geral coletora, com índices maiores nas regiões Sudeste (93,9%) e Sul (78,2%). E menores no Centro-Oeste (66,3%), Nordeste (61,7%) e, principalmente, Norte (38%). Em São Paulo, eram 96,4%. Quatro estados ficavam abaixo dos 30%: Amapá, Piauí, Rondônia e Pará.
Quanto à água, havia 85,5% dos domicílios ligados à rede geral de distribuição. “A região Norte tinha o menor percentual de domicílios que tinham a rede geral como principal forma de abastecimento de água (60,0%) e o maior percentual de domicílios abastecidos por poço profundo ou artesiano (23,2%). O Sudeste tinha a maior proporção de domicílios conectados à rede geral de água (91,8%).”
Mais imóveis alugados
Ainda de acordo com a Pnad, o país tinha 74,1 milhões de domicílios particulares permanentes, sendo 43,5% no Sudeste e 26% no Nordeste. Perto de 85% eram casas e 15%, apartamentos. Daquele total, 47,3 milhões (63,8%) eram imóveis próprios e á pagos. Mas o IBGE lembra que o predomínio do imóvel quitado vem caindo – era de 66,7% em 2016, por exemplo. Já o percentual de alugados subiu de 18,5% para 21,1%, com destaque para Brasília (35,6%).