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Adorador de Bolsonaro, padre defende direito de matar

Ago 08, 2023

Por Plínio Teodoro, na Revista Fórum                                                                                       

  Edivaldo Ferreira, o "padre armamentista" de SC, adorando Bolsonaro e as armas. Créditos: Instagram 

Sacerdote da Diocese de Joinville e coordenador regional do Pró-Armas, movimento lobista pela liberação das armas, Edivaldo Ferreira dos Reis se identifica como "padre armamentista" nas redes sociais, onde realiza a adoração de Jair Bolsonaro (PL) e seu clã, prega ódio contra Lula e, de forma inacreditável, prega o direito de matar, distorcendo preceitos do próprio cristianismo, que tem entre seus 10 mandamentos "não matarás".

Ordenado pela Igreja Católica Brasileira (ICB) - uma dissidência que não segue o comando da Igreja Católica Apostólica Romana -, Edivaldo Ferreira incorpora todas as ideias da extrema-direita e faz das redes sociais uma espécie de altar para adoração de Bolsonaro, das armas, enquanto prega ódio contra Lula e posa praticando o chamado tiro esportivo e fazendo arminha.

Ferreira também defende o direito de matar, citando uma passagem do velho testamento - e ignorando todo o ensinamento de Jesus Cristo -, do livro do Êxodo: "Se o ladrão que for pego arrombando for ferido e morrer, quem o feriu não será cul­pado de homicídio", diz o antigo texto bíblico.

Em meio aos ataques a Lula, o "padre armamentista" também responde de forma surreal aos seguidores inconformados: "eu pensei que fosse pecado matar".

"Pensei que a base do cristianismo de Jesus é não revidar a violência sofrida, é oferecer a outra face", diz um seguidor, que emenda "relativizar assassinato não é sentimento cristão".

Em resposta, destaca nos stories, o padre diz que "Jesus era pacífico, mas jamais foi pacifista", citando o trecho bíblico em que Jesus expulsa os vendilhões do templo. "Ao dizer que não devemos resistir ao perverso, mas dar a outra face àquele que nos golpear o rosto, Jesus não estava exigindo que ficássemos expostos a agressões criminosas ou que aceitássemos violência gratuita", emenda o padre, fazendo a própria intervenção para defender a política da violência e das armas.

Ao mesmo tempo, o padre busca criminalizar Lula e o PT a partir de uma visão da extrema-direita sobre o "comunismo", incitando uma política de ódio e violência contra aqueles que considera inimigo.

"Aí vem o Lula e diz que ele se orgulha de ser chamado de comunista ou socialista. É impressionante como Lula não faz mais nenhuma questão de disfarçar os absurdos que pensa, mas continuam fazendo malabarismo pra justificar. Comunismo é REPRESSÃO, CENSURA, PERSEGUIÇÃO, POBREZA, DITADURA. E é disso que Lula se orgulha de promover", escreveu em vídeo de Lula.

O padre ainda ataca o papa Francisco e ironizou o encontro do líder católico com o presidente brasileiro.

No final de julho, Ferreira se encontrou com Bolsonaro e parte do clã após dar uma palestra, de batina, sobre o tema "o cristão e a legítima defesa" na "Shot Fair", feira armamentista que aconteceu em Santa Catarina.

Ferreira posou com Eduardo, Renan e deputados que fazem parte da bancada da bala. Aproveitou o momento para fazer oração e idolatrar Jair Bolsonaro. "Momento abençoado", escreveu junto ao vídeo em que louva o ex-presidente.

                                                                                  

 

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