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Primárias argentinas: o sinal ainda é amarelo

Ago 14, 2023

Por Bepe Damasco                                                            

Foto: Reuters/Stringer

Muita calma nesta hora. Apesar dos alarmantes 30,5% dos votos obtidos pelo fascista Javier Milei, nas eleições primárias da Argentina, realizadas neste domingo, é preciso ir devagar com o andor.

No complexo modelo eleitoral argentino, cabe ao eleitor decidir em eleições primárias quem serão os candidatos que concorrerão nas eleições presidenciais, que estão marcadas para 22 de outubro.

E também os nomes dos concorrentes que disputarão as eleições para o Senado (24 cadeiras) e Câmara dos Deputados (130), a prefeito da capital e ao governo da Província de Buenos Aires, dentre outros cargos.

A chapa do ultradireidista Milei conquistou 30,5% dos votos, seguida pela direita tradicional, de Patrícia Bullrich, com 28,7%. A chapa peronista, encabeçada pelo ministro da Economia, Sérgio Massa, ficou em terceiro, recebendo 27,27% dos votos válidos.

A rigor, houve um empate técnico: um terço dos votos para extrema-direita, um terço para a direita, e um terço para o candidato do governo e da esquerda.

Uma leitura fria dos números indica que as forças antineoliberais ficaram em uma posição difícil, já que a direita e extrema-direita juntas atingiram dois terços dos votos, o que reflete a insatisfação popular com a longa crise econômica que afeta o país vizinho.

Mas, cabe destacar, também existe parte cheia neste copo, do ponto de vista dos progressistas: individualmente o candidato peronista foi o segundo mais votado, com 21,4%, superando Patrícia Bullrich, que teve 16,98% . Além disso, Massa venceu na estratégica e populosa Província de Buenos Aires.

Faltam 70 dias para a eleição. Para liquidar a fatura no 1º turno, o candidato tem de obter 45% dos votos válidos, ou acima de 40% desde que com uma vantagem de 10 pontos percentuais ou mais sobre o segundo colocado. Caso contrário, os eleitores voltam às urnas em 19 de novembro.

Isso quer dizer que ainda estão rolando os dados e o que tivemos neste domingo foi a largada do processo. Uma largada muito ruim para a esquerda, mas uma largada.

Nesta segunda-feira, a situação econômica, em consequência da votação de Milei, se deteriorou ainda mais com a disparada do dólar e a subida dos juros para 118% ao ano.

O cenário eleitoral é de difícil reversão, mas não impossível. Passando os olhos em jornais da Argentina, deparei com a notícia de que Horário Larreta, candidato derrotado por Patrícia Bullrich na coalizão direitista, e que alcançou 11,5% dos votos, é um “pote até aqui de mágoa” com a vencedora, e não será surpresa se anunciar apoio a Massa.

Se bem explorado pelo candidato governista, as propostas irresponsáveis, antipopulares, anticivilizatórias, e até criminosas de Milei, podem ter um efeito bumerangue e se voltarem contra o admirador de Bolsonaro e de Trump.

Massa não pode dar trégua ao extremista durante a campanha, mostrando ao povo argentino as consequências funestas dos projetos de Milei, tais como o fim do ministério da economia, o fechamento do ministério da educação, a dolarização da economia, o fechamento do banco central, a privatização total da saúde e, pasme, a liberação do comércio de órgãos humanos.

E a imprensa comercial argentina, vai se calar e naturalizar tamanho obscurantismo?

O jogo ainda não acabou.

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