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Ato vai marcar os 46 anos da invasão da PUC pela PM

Set 09, 2023

Por Rede Brasil Atual                                                                              

 

Estudantes realizavam assembleia em frente ao Tucarena, momentos antes da invasão pelas tropas de Dias - Foto: Reprodução

A Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP) realizará um ato no dia 25 de setembro (segunda-feira, às 9h), no Tucarena, que marcará os 46 anos da invasão da universidade por tropas da Polícia Militar comandadas pelo coronel Erasmo Dias, expoente da ditadura militar no estado de São Paulo nos anos 1970. O episódio ocorreu em que ocorreu em setembro de 1977.

O nome do ato será “Lembrar é resistir”. A memória como forma de resistência tornou-se ainda mais importante neste ano, marcado pela aprovação de projeto de lei que homenageia Dias, promulgado em 28/06/2023 pelo governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas.

Além de mais um efeito da herança ditatorial, a homenagem do governador representa um acinte e um desrespeito, não apenas à PUC-SP, mas principalmente à democracia e à cidadania brasileira.

O ato no Tucarena é uma parceria da PUC-SP com a Comissão Arns, Instituto Vladimir Herzog, UNE, Núcleo Memória, OAB-SP e Centro Acadêmico (C.A.) 22 de Agosto. O evento tem também o apoio do “PUC-SP pela Democracia”, APG PUC-SP, Grupo Prerrogativas, C.A. Benevides Paixão e Coletivo Saravá.

Entre os participantes, já estão confirmadas as presenças de Daniela Mercury, Serginho Groisman, Gabrielle Abreu, reitora Maria Amalia Andery, prof. Pedro Serrano e Juca Kfouri, que participará de homenagem à reitora da PUC-SP em 1977, professora Nadir Kfouri, sua tia.

Arbítrio e retrocessos

A ditadura brasileira iniciada em 1964, e que durou até 1985, mergulhou o país em longo período de arbítrio e de retrocessos econômicos, políticos, sociais e culturais. Reacionarismo e violência foram suas práticas e seu legado. Até hoje o país não acertou as contas com esse passado execrável, ao contrário, o Brasil ainda convive com efeitos nefastos da ditadura no interior da estrutura do Estado e de suas instituições, e na mentalidade de parte de sua população.

O reaquecimento da extrema direita brasileira, apoiado também na memória, em condutas e valores antidemocráticos e anticivilizatórios da ditadura, abriu espaços para celebrar torturadores e outros criminosos do regime militar, para fazer escárnio dos mortos e desaparecidos políticos, para relativizar e, às vezes, golpear a democracia brasileira, que foi duramente conquistada e ainda é carente de muitos aperfeiçoamentos.

 

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