O advogado Hery Waldir Kattwinkel durante sua exposição no STF. Reprodução
O advogado Hery Kattwinkel Júnior (foto), defensor do réu Thiago de Assis Mathar, um dos terroristas do 8 de janeiro em Brasília, deu um show ao tentar defender o mané nessa quinta-feira no Supremo.
Fez a defesa oral do sujeito e conseguiu cometer uma gafe que envergonharia p Rolando Lero da Escolinha do Professor Raimundo, ao levar dois príncipes para dentro da mais alta Corte do país.
“Disse o pequeno príncipe: os fins justificam os meios. E podemos passar por cima de todos”.
E assinou a frase, com ênfase e voz empostada:
O Príncipe é um livrinho de menos de 100 páginas, que, mesmo não sendo uma biografia, qualquer Sergio Moro lê em dois dias. Mas alguns vão ler e reler várias vezes e não entenderão nada.
O sujeito defendido pelo advogado pegou 14 anos de cadeia por associação criminosa armada, abolição violenta do Estado democrático de Direito, golpe de Estado, dano qualificado pela violência e grave ameaça, além de deterioração de patrimônio tombado.
A advogada Larissa Cláudia Lopes de Araújo (foto), defensora do réu Matheus Lima de Carvalho Lazaro, disse no Supremo, ao defender o sujeito, que pensa um dia em sentar-se na cadeira da Procuradoria-Geral da República ou quem sabe numa das cadeiras do Supremo.
Larissa falava e dizia estar chorando por causa da situação de Matheus. O interessante é que as falas da advogada e do colega que a antecedeu na tribuna dos defensores, Hery Kattwinkel Júnior, tiveram o tom da retórica religiosa da extrema direita.
A intenção, disse o ministro, mais do que apresentar argumentos técnicos em defesa dos clientes, era a de produzir vídeos com momentos marcantes para as redes sociais, com ataques ao STF. Eles foram lá para fazer lacração.
E assim caminha o Direito exercido pelos defensores de extremistas, com citações de Voltaire, Pôncio Pilatos, Montesquieu, Cristo, Deus e o diabo.
A extrema direita brasileira é um desastre até quando tenta fazer citações. Exupéry não disse, mas poderia ter dito: você é responsável pela ignorância que cultivas.
(O cliente de Larissa Cláudia Lopes de Araújo foi condenado a 17 anos de prisão)