Ao longo de 2023, o Brasil vivenciou um número recorde de eventos climáticos extremos - Marcelocaumors/Instagram/Reprodução
O Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) emitiu um alerta para o Sul e Sudeste do Brasil durante os dias de Natal e de véspera. Será mais um sistema atípico que atingirá o país, justamente nos dias de festas. A região mais atingida será a Sul, que viu devastações durante todo este ano graças a estes eventos. Em setembro, particularmente, um ciclone deixou 38 mortos e 5.000 desabrigados ou desalojados.
Ao longo de 2023, o Brasil vivenciou um número recorde de eventos climáticos extremos. Entre as razões estão o aquecimento global, que intensifica outros fenômenos; o El Niño, que aquece as águas do Pacífico; e a devastação ambiental. Estes elementos, em conjunto, contribuem para um cenário de falta de estabilidade e previsibilidade da intensidade.
Imagens do sistema de ciclone. Fonte: Inmet
Imagens do sistema de ciclone. Fonte: Inmet
Ciclone e pré-evento
Este novo sistema, apesar de atingir com mais intensidade o Sul, também surtirá efeitos no Sudeste. O resultado pode ser ventos fortes e ressacas. Antes do ciclone em si, previsto para domingo (24), as instabilidades já começam. “Até o próximo domingo (24), áreas de instabilidade formadas pelo calor e a alta umidade, além da presença de perturbações no escoamento (cavados de ondas curtas em níveis médios da atmosfera) irão provocar temporais no centro-sul do Brasil”, informa o Inmet.
“No sábado (23), as tempestades se concentram entre o norte do Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná, Mato Grosso do Sul. Contudo, também em áreas da Região Sudeste. Nessas áreas, também há possibilidade de chuva forte e rajadas de vento acima dos 70 km/h. A formação de um ciclone extratropical entre o Uruguai e o sul do Rio Grande do Sul se inicia no fim do domingo e, principalmente, na madrugada de segunda-feira. Ao longo deste dia, o sistema se intensifica sobre o Oceano Atlântico, na costa do gaúcha”, completa.
No Rio Grande do Sul e Santa Catarina, os ventos podem superar os 100 quilômetros por hora entre segunda e terça-feira. Aliado ao sistema de ciclone, a diferença no gradiente de pressão devido à massa de ar quente que está no continente pode levar à precipitação de granizo. Depois disso, restará um ar mais frio para a próxima semana.
“Enquanto o ciclone se desloca sobre o oceano, um sistema de alta pressão, com ar frio e seco, favorece a queda nas temperaturas. Enquanto isso, o sol volta a predominar em toda a Região Sul. Também neste dia, as temperaturas entram em declínio nos três estados do Sul, em Mato Grosso do Sul e leste da Região Sudeste”, conclui o Inmet.