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A nomeação de Lewandowski, um senhor juiz

Jan 12, 2024

Por Luis Nassif, no Jornal GGN                                                                                                          

 

Foto: STF

Ricardo Lewandowski é o homem justo. Nunca cedeu aos dois instrumentos utilizados pela mídia para manipular os ministros do Supremo: lisonja e ameaça.

A primeira vez que conversei com ele foi bem no início do chamado “mensalão”. Ele foi escrachado no aeroporto de Congonhas, fruto do macartismo que imperava na mídia. Fiz sua defesa e recebi um telefonema emocionado dele.

Discreto, cauteloso, nas vezes que me fui visitá-lo em seu gabinete, no Supremo, pedia para deixar o celular fora da sala. Alertava que havia sistemas que permitiam colocar escutas ambientais nos celulares, mesmo desligados.

Quando terminaram as eleições de 2014, percebeu que viria uma tentativa de golpe através da análise das contas do PT e de Dilma. De fato, cada detalhe das contas – como a de incluir cortadores de papel em uma categoria distinta – era objeto de manchetes escandalosas dos jornais. Passamos, aqui no GGN, um mês denunciando as intenções do Tribunal Superior Eleitoral e do relator Gilmar Mendes.

De fato, o PSDB, partido do candidato derrotado Aécio Neves, havia solicitado a desaprovação das contas de Dilma, argumentando que as irregularidades eram graves e que poderiam ter influenciado o resultado da eleição.

Gilmar aprovou as contas com ressalvas. Acompanharam seu voto Lewandowski, Toffoli, Fux e Rosa Weber. Pela desaprovação votaram Herman Benjamin – o verdugo de Lula no Superior Tribunal de Justiça – e Tarcísio Vieira de Carvalho Neto.

Até o fim de seu mandato, Lewandowski foi um defensor intransigente dos direitos sociais, manteve uma visão racional sobre empresas estatais e, depois, ajudou no desmonte dos abusos da Lava Jato. Em nenhum momento, apresentou-se aos holofotes da mídia, mostrou vaidade pessoal.

Já a possível saída de Ricardo Cappelli, secretário executivo do Ministério da Justiça, é injusta mas esperada. Com sua atuação corajosa e fundamental, para enfrentar a rebelião militar, ele se tornou quase tão grande quanto um ministro.

Que seja bem aproveitado pelo governo Lula.

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