O editorial de O Globo desta quarta-feira (21) atacando a retomada por parte da Petrobras da refinaria Mataripe (antiga Landulpho Alves), na Bahia, é apenas mais uma entre as incontáveis posições contrárias ao desenvolvimento do país assumidas pelas Organizações Globo ao longo da história.
Não dá para negar sua coerência.
Onde tem interesse nacional e popular, a Globo está do outro lado, zeladora cuidadosa que é dos objetivos do capital financeiro e das grandes corporações internacionais.
Para a Globo, não importa se a Mataripe, depois de privatizada, aumentou o preço de derivados, como o diesel e a gasolina, penalizando consumidores e a economia da Bahia e do país, conforme destaca reportagem do Portal Brasil 247.
Nos cálculos antinacionais da empresa dos Marinho, o que vale é garantir ganhos estratosféricos aos acionistas, em detrimento dos investimentos, e abrir espaços cada vez maiores para petroleiras estrangeiras no refino e outros serviços que aumentem o valor agregado do petróleo, condenando a Petrobras a se tornar uma mera produtora de óleo cru.
Para além da defesa que faz do apequenamento da maior empresa do Brasil, a Globo demonstra total fidelidade à Faria Lima ao se pintar para guerra contra todas as iniciativas voltadas para o desenvolvimento soberano do país. O exemplo mais recente é sua oposição estilo faca nos dentes ao programa Nova Indústria Brasil, saudado por todas as entidades da indústria.
Na cabeça dos "estrategistas" globais, quando mais dinheiro for gasto em ações e projetos desenvolvimentistas, menos recursos terá o governo para pagar sua dívida pública bilionária. Como o mercado financeiro está abarrotado de papéis da dívida, fica fácil entender sua ojeriza a políticas de crescimento econômico.
A Globo foi contra a campanha "O Petróleo é nosso".
A Globo atacou a exploração do petróleo na camada do pré-sal.
A Globo comemorou a venda da Vale por um décimo de seu valor de mercado.
A Globo apoiou cegamente a privataria tucana e segue se somando a todas as tentativas de alienação do patrimônio público.
A Globo aplaudiu a privatização selvagem e repleta de ilegalidades da Eletrobrás.
A Globo vibrava com a promessa de Paulo Guedes de vender tudo que visse pela frente.
Sem contar as atrocidades políticas que protagonizou. Mas isso é material suficiente para outras dezenas de textos.
Diante desta ficha corrida, cabe a pergunta que escolhi como título para este artigo: a Globo é mesmo uma empresa brasileira?
Para responder, lembro de uma antiga frase de Fernando Morais, bravo jornalista e escritor brilhante: " A Globo é inimiga do Brasil e dos brasileiros e, como tal, deve ser tratada."