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Na segurança pública, Esquerda 2 x 0 Extrema-direita; mas é preciso informar o resultado às pessoas

Abr 05, 2024

Por Bepe Damasco                                                                                                    

Foto: PRF

Imagina o provável saldo de mortos e feridos, se a operação de recaptura dos fugitivos do presídio de segurança máxima de Mossoró fosse conduzida pela PM de Tarcísio de Freitas? 

E se Bolsonaro fosse reeleito? Alguém duvida que as investigações sobre o assassinato de Marielle e Anderson seriam definitivamente atiradas na lata do lixo, depois de sabotadas durante os quatro anos de mandato do capitão fascista?

O governo federal marcou dois golaços em uma área sensível, como a segurança pública, que lidera o ranking de preocupação dos brasileiros, conforme atestam todas as pesquisas. 

Mas, atenção para o dito popular de que "não basta pôr o ovo, é preciso cacarejar."

Aí que mora o perigo. Será a comunicação do governo capaz de capitalizar os dois episódios exitosos junto à população?

Pelo que temos visto até agora, há motivos de sobra para dúvidas quanto à capacidade do governo explorar positivamente suas ações e realizações.

A conferir.

O caminho parece até meio óbvio. É preciso comparar a matança generalizada de "suspeitos", por parte dos governos estaduais bolsonaristas, com a operação de recaptura dos fugitivos de Mossoró, em uma operação de inteligência na qual não foi disparado um tiro sequer.

É necessário mostrar para as pessoas que há luz no fim do túnel no combate à criminalidade alarmante, com base no modelo adotado na prisão dos criminosos de Mossoró, com integração das polícias, compartilhamento de informações, inteligência investigativa, uso de tecnologias e unidade entre as forças de segurança nacionais e estaduais.

Comparar de forma didática essa estratégia com o fracasso da política de segurança conservadora certamente renderá frutos. Veja o caso das operações Verão e Escudo da PM de São Paulo. Além da matança de "suspeitos" em profusão, em nada contribuíram para reduzir os índices de violência e amentar a sensação de segurança dos paulistas.

Quanto mais as polícias matam, mais o crime se expande e se organiza com sofisticação.

Quanto mais a guerra às drogas faz vítimas e consome montanhas de dinheiro dos governos, mais gente consome entorpecentes e o poder de fogo das quadrilhas de narcotraficantes aumenta.

Quanto mais adeptos ganha o discurso de que "Bandido bom e bandido morto", mais os milicianos abocanham nacos importantes do Estado brasileiro.

É esse o debate que deve ser travado com a sociedade. 

Há obstáculos. Por exemplo: parcela expressiva dos brasileiros e brasileiras aplaude o extermínio como modus operandi de atuação dos agentes da segurança.

Mas, boa parte deles, na certa, apoia a letalidade policial porque está cansada de ter seu celular roubado, de sair para trabalhar sem saber se volta para casa, de ver pela TV aos assaltos seguidos de morte, de não poder levar seus filhos para a escola devido aos tiroteios rotineiros, de notar o estrago na sociedade causado pelo tráfico e pelas milícias, de ser cercado por todo tipo de fraude na internet. 

Contudo, essas pessoas aterrorizadas, em sua imensa maioria trabalhadores que só querem um mínimo de tranquilidade para ir e vir e criar seus filhos, podem perfeitamente apoiar políticas de segurança que reduzam de forma significativa o nível de conflagração e derramamento de sangue atuais, desde que se mostrem eficientes e lhes tragam um pouco de paz. 

Está aí um desafio civilizatório que vale a pensa ser enfrentado. 

 

 

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