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O bilionário Elon Musk, dono do X (ex-Twitter), roubou todas as atenções nesta semana, ao disparar uma série de ataques às instituições brasileiras. Acusou o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), de ser um “ditador” que promove a “censura” no país, eletrificando o discurso bolsonarista. Ameaçou, até mesmo, descumprir decisões judiciais e prometeu retirar seus funcionários do Brasil.
Com uma fortuna avaliada em US$ 195 bilhões, Musk é, hoje, a segunda pessoa mais rica do planeta, segundo a revista Forbes. Apesar de ser tratado como ícone do empreendedorismo, Musk é herdeiro de um minerador sul-africano que fez fortuna com a exploração ilegal de esmeraldas durante o regime de apartheid.
Ao mesmo tempo, o excêntrico bilionário – que também é dono da Tesla, da Starlink e da SpaceX – acumula uma série de polêmicas. Em 2020, por exemplo, confessou sua participação no golpe da Bolívia. “Vamos dar golpe em quem quisermos! Lide com isso”. Seu interesse era no lítio boliviano (matéria-prima das baterias dos seus carros elétricos).
A Tesla, no entanto, não paga um centavo de imposto nos Estados Unidos. Isso porque Musk registra os lucros da empresa em paraísos fiscais. Já a SpaceX se sustenta principalmente com dinheiro público. Em 2022, a Nasa (agência espacial do governo estadunidense) fechou um novo contrato de US$ 1,4 bilhão para a realização de mais cinco missões espaciais. Ao todo, estima-se que a empresa já recebeu cerca de US$ 5 bilhões dos contribuintes.
Por outro lado, posando como um “absolutista” da liberdade de expressão, Musk já atuou para censurar jornalistas na sua plataforma. Em 2022, suspendeu perfis de profissionais da imprensa que faziam reportagens críticas envolvendo a compra da plataforma. Entre eles, estavam repórteres de The New York Times, The Washington Post, CNN, The Intercept e Voice of America.
Tributar os bilionários
Nesse sentido, para a Campanha Tributar os Super-Ricos, Musk é o melhor exemplo da necessidade da taxação global dos bilionários. As mais de 70 organizações sociais, entidades e sindicatos que compõem o movimento destacam que ele desdenha das leis dos países. E que está tentando fazer o mesmo no Brasil.
“Bilionários devem ser investigados como qualquer um! Não podem mentir e manipular porque têm redes sociais nas mãos! Devem cumprir a lei como qualquer um! E devem pagar os tributos devidos!!!!”, afirma a campanha, em postagem nas redes sociais.
Como resultado dos ataques às instituições brasileiras, o ministro Alexandre de Moraes determinou a inclusão de Musk no inquérito que investiga as milícias digitais. Em outro inquérito específico, o ministro determinou que o bilionário seja investigado em relação aos crimes de obstrução à Justiça, inclusive em organização criminosa, e incitação ao crime.
Além disso, ocupando pela primeira vez a presidência do G20, grupo que reúne as maiores economias do mundo, o Brasil propôs a criação de uma taxação global sobre os super-ricos. O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, que apresentou a proposta em fevereiro, afirmou que a tributação dos bilionários do mundo é a “chave para resolver muitos dos desafios” da atualidade.
Haddad cobrou que os bilionários do mundo “paguem sua justa contribuição em impostos”. “Chegamos a uma situação insustentável, em que os 1% mais ricos detém 43% dos ativos financeiros mundiais e emitem a mesma quantidade de carbono que os dois terços mais pobres da humanidade”, ressaltou.