Foto: Agência Brasil
Reportagem do Valor Econômico divulgada nesta segunda (29) mostra que a Petrobras pagou em dividendos aos acionistas cerca de R$ 446 bilhões no intervalo de 6 anos (2018 a 2023). O valor pode chegar a R$ 468 bilhões se considerados os R$ 21,9 bilhões previstos para esse ano.
A política de distribuição de dividendos pela Petrobras tem gerado debates acalorados na mídia e ensaios de crises no governo Lula. O levantamento do Valor mostra que 2022, último ano do governo de Jair Bolsonaro, bateu recorde na distribuição de dividendos: foram R$ 222 bilhões. Em 2021, foram R$ 101 bilhões.
Na semana passada, a Petrobras anunciou o terceiro maior recorde na distribuição de dividendos, com previsão de distribuir R$ 94 bilhões, sendo R$ 22 bilhões em dividendos extraordinários.
Cálculos elaborados pelo Instituto de Estudos Estratégicos de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (Ineep) mostram que de 2003 a 2010, a Petrobras distribuiu um total de R$ 5,9 bilhões em dividendos.
Críticos avaliam que a política de distribui interfere no cumprimento de uma das grandes plataformas eleitorais de Lula: retomar o papel social da Petrobras, com mais investimentos.
Ao GGN, Mahatma Ramos dos Santos, diretor técnico do Ineep, a decisão da Petrobras (e da União) em aprovar esse pagamento cede às pressões do mercado financeiro e “não está alinhada com os interesses de longo prazo da companhia e da sociedade brasileira, tais como novos investimentos em transição energética, abastecimento e segurança nacional”.
Pode-se dizer que o anúncio também é um passo atrás na estratégia de fazer com que a Petrobras retome sua função estratégica e social em meio a um mercado que quer receber cada vez mais mesmo já recebendo valores históricos.