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A reviravolta na Petrobras

Mai 15, 2024

Por Luis Nassif, no Jornal GGN                                                                                                  

 

Jean Paul Prates, demitido ontem do cargo de presidente da Petrobras, tinha conflitos recorrentes com o presidente da Câmara, Arthur Lira. Por trás dos embates, interesses de grandes grupos em ampliar a participação de termoelétricas na matriz energética nacional, defendido pelo Ministro das Minas e Energia Alexandre Silveira e pelo Ministro-Chefe da Casa Civil, Rui Costa. E também as pinimbas recentes sobre a distribuição de lucros extraordinários.

Ainda não estão claros os motivos de sua queda. Mas a indicação de sua sucessora, a engenheira Magda Chambriard, sinaliza uma mudança total na política atual da Petrobrás, de ampliar a participação na produção de petróleo e retomar setores que haviam sido privatizados no período Temer-Bolsonaro.

Além de atuar como consultora no mercado privado, através da empresa Chambriard Engenharia e Energia, fundada em 2018, Magda é defensora intransigente da parceria com as grandes petrolíferas mundiais.

Em fins de 2022, seu nome já era ventilado. Na época, o presidente da Associação dos Engenheiros da Petrobras (AEPET), Felipe Coutinho, fez um relatório mostrando as principais ideias de Magda.

Ela trabalhou na Petrobras de 1980 a 2002. Depois, tornou-se assessora de diretoria da Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) entre março de 2012 a dezembro de 2016.

No seu período, ela promoveu quatro leilões de campos de petróleo, entre os quais o primeiro leilão do pré-sal, na área do campo de Libra. Tornou-se defensora da maior participação das petrolíferas estrangeiras no país. Segundo Coutinho, elogiou quando o governo Temer facilitou para que a estatal norueguesa Statoil (atual Equinor) assumisse o campo de Carcará, explorado pela Petrobras. Na sua saída da ANP criticou o período anterior, em que não houve leilões.

No leilão de Libra, houve o pagamento de 41,65% do óleo retirado e a Petrobras participou com apenas 40% do bloco vencedor, que foi controlado pela Shell, Total e estatais chinesas, com 20% cada. Na época, o ex-diretor da Petrobras Ildo Sauer taxou o leilão da Libra de “a maior privatização da história do Brasil”.

A Shell já tentara explorar Libra, sem sucesso. Voltou depois que a Petrobras descobriu o petróleo do pré-sal e mostrou dominar a tecnologia de exploração.

Quando houve suspeitas de redução do preço da privatização da refinaria da Petrobras na Bahia, devido à mudança de preços na Petrobrás, saiu em defesa da operação. “É importante que o governo passe a mensagem clara de que não tem como subsidiar o Diesel”.

Em seu perfil no Linkedin, ela defende a ampliação do mercado de gás no país, como forma de fortalecer a industrialização.

 

 

 

 

 

 

 

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