Jadir na resistência ao golpe contra a presidenta Dilma Rousseff, em Brasília, em 2016
Há pessoas especiais que não se rendem nem mesmo diante de enormes provações, adversidades e sofrimentos impostos pela vida.
Há pessoas que dispensam holofotes e não se percebe nelas nenhum traço de vaidade.
Há pessoas que vieram ao mundo para lutar sem parar por dias melhores para os que vivem do trabalho e por um mundo mais justo, igualitário e fraterno para todos os seres humanos.
Há pessoas que são uma espécie de retidão de caráter ambulante, servindo de exemplo, farol e inspiração.
Há pessoas cuja vida de superações injeta ânimo e motivação quando o desalento nos ameaça com suas garras.
Uma dessas pessoas é o metalúrgico e dirigente sindical da CUT, Jadir Baptista, que ontem finalmente foi anistiado por unanimidade pela Comissão de Anistia, do Ministério dos Direitos Humanos.
Em 9 de novembro de 1988, quando o Exército brasileiro invadiu a Companhia Siderúrgica Nacional e assassinou os operários William Fernandes Leite (22 anos), Valmir Freitas Monteiro (27 anos) e Carlos Augusto Barroso (19 anos), Jadir era uma das lideranças da greve.
Em represália, foi demitido e teve o mandado de dirigente sindical cassado, em plena Nova República de Sarney.
Contudo, como não há mal que sempre dure, quase 36 anos depois, veio a reparação: além de uma indenização por ter sido impedido de exercer sua profissão, Jadir fará jus a uma pensão mensal.
Mais do que isso: a Comissão de Anistia pediu oficialmente desculpas em nome do Estado brasileiro pelas violações cometidas contra ele e outros militantes também anistiados na sessão desta quinta-feira (23), declarando-os heróis da pátria.
Ato contínuo, eu e um grupo de amigos ligamos para o bravo lutador para parabenizá-lo. Tomado pela emoção, ele atendeu do leito de um hospital travando mais uma luta. Dessa vez pela vida.
Força, saúde e vida longa para o nosso herói.