O prefeito Eduardo Paes foi uma das muitas lideranças do Rio que manifestaram solidariedade a Leonel de Esquerda
O troglodita de extrema-direita, Rodrigo Amorim, que agrediu covardemente o candidato a vereador do Rio pelo PT, Leonel de Esquerda, tem que ter seu mandato de deputado estadual cassado e sua candidatura a prefeito impugnada pela justiça eleitoral, conforme requerimento assinado por vários partidos.
Na esfera criminal, o PT registrou boletim de ocorrência na Polícia Civil e vai cobrar que o deputado responda pelo crime cometido.
Não é mais tolerável que Rodrigo Amorim permaneça livre, leve e solto para protagonizar episódios de intolerância e ódio. Quebrar a placa da ex-vereadora Marielle Franco, covardemente assassinada, e invadir locais públicos para escrachar servidores revelam uma conduta incompatível com o exercício de qualquer função pública.
Vale destacar que a enorme onda de solidariedade a Leonel e o repúdio a Amorim extrapolaram as fronteiras políticas, unindo adversários em prol da democracia e da não violência na disputa pelo voto, em uma cidade já tão traumatizada pela atuação do crime organizado.
Cabe às autoridades da área de segurança do estado e ao TRE garantir que todos os candidatos, independentemente de campo ideológico e partido político, possam fazer campanha em todas as áreas do município e que o processo eleitoral transcorra em clima de paz, mesmo quando os ânimos ficam acirrados, o que é normal nas refregas eleitorais.
Visitei o Leonel no hospital e pude testemunhar a gravidade da agressão, que provocou fratura de nariz, traumatismo craniano e escoriações. Quando escrevo este artigo, nesta terça-feira (3), me deparo com a ótima notícia de sua alta hospitalar, para continuar a recuperação em casa.
Tudo isto posto, quero confessar o meu ceticismo quanto à possibilidade de boa parte da militância da extrema-direita acatar regras básicas de convivência democrática e republicana nesta campanha eleitoral, a exemplo do que ocorreu nas anteriores.
É que a violência e o ódio fazem parte do DNA do fascismo. Daí a necessidade de todos os candidatos e candidatas da esquerda e do campo democrático redobrarem seus cuidados com a segurança e com a autodefesa.
Isso porque, embora não aceitar provocações e apostar na civilidade na disputa eleitoral sejam linhas de atuação tradicionais da esquerda, também não podemos esquecer que não se enfrenta fascistas com flores.