Foto: Ricardo Stuckert
O presidente Lula concedeu entrevista, nesta quinta-feira (5), à Rádio Vitoriosa, em Uberlândia, e disse que, ao final do seu governo, entregará o país em condições bem melhores em comparação ao cenário de destruição que ele encontrou ao tomar posse para o terceiro mandato, no ano passado. Segundo afirmou, a situação era bem pior do que quando ele assumiu a presidência pela primeira vez, em 2003.
“Eu, quando deixar a presidência desse país, eu quero que esse país esteja pronto, com as famílias brasileiras vivendo mais dignamente, vivendo melhor, comendo melhor”, assegurou o presidente, que visitou a cidade mineira para inaugurar a ampliação do Hospital de Clínicas da Universidade Federal de Uberlândia (UFU), que é referência para 27 municípios do estado.
“País estava quebrado quando tomei posse”
O presidente elogiou o desempenho econômico do país, especialmente o Produto Interno Bruto (PIB) do segundo trimestre deste ano, com resultados acima do estimado pelo mercado. “Eu fico muito, muito, mas muito orgulhoso mesmo. O que está acontecendo agora aconteceu no meu primeiro mandato. O país estava quebrado quando eu tomei posse. O Brasil devia R$ 30 bilhões ao FMI”, pontuou Lula, antes de lembrar que, quando deixou a Presidência, em 2010, a economia crescia mais de 7% ao ano.
O petista também defendeu o trabalho do ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT-SP), a quem considera “um homem sério, bem informado”, e enalteceu o time que montou para compor o governo. “O Lula tem sorte? […] Eu tenho capacidade e vontade de trabalhar e montei uma equipe extraordinária.”
Sobre a educação em Minas Gerais (MG) e no Brasil, o presidente reiterou o compromisso do governo federal com investimentos maciços, como no caso do programa Pé-de-Meia, elaborado para evitar a evasão escolar de alunos do ensino médio da rede pública.
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“Como é que será o futuro desse país se a gente permitir que quase meio milhão de pessoas desistam da escola no Ensino Médio todo ano? Então nós resolvemos criar um programa chamado Pé de Meia […] é uma poupança que a gente está dando para as pessoas mais pobres […] a gente está dando R$ 200 reais por mês, durante 10 meses”, explicou.
“Só aqui em MG, nós temos 321 mil pessoas no pé de meia. E aqui em Uberlândia […] nós vamos investir R$ 960 milhões no Pé de Meia”, completou o petista.
Dandara Tonantzin
Lula exaltou o nome da deputada federal Dandara Tonantzin (PT-MG), candidata do Partido dos Trabalhadores (PT) à prefeitura de Uberlândia. Aos 30 anos, ela foi a quarta parlamentar mais bem votada de MG, chegando a obter mais de 86 mil votos nas eleições de 2022. Na percepção do presidente, as mulheres brasileiras, embora sejam maioria da população, continuam sub-representadas nas esferas de poder.
“Eu estou decidido a mudar o comportamento da classe política brasileira para melhor, para que o povo possa ter orgulho daqueles políticos que são eleitos. Imagina se a gente tivesse mais deputados com a qualidade da Dandara, mais mulheres na política”, ponderou, após reclamar de governadores e prefeitos que não comparecem às cerimônias de entrega das obras do governo federal por questões ideológicas, como é o caso do governador de MG, Romeu Zema (Novo).
Mariana e Brumadinho
Durante a entrevista, Lula garantiu ainda que, até outubro, a mineradora Vale terá firmado acordo para solucionar as questões jurídicas resultantes dos rompimentos das barragens em Brumadinho e Mariana, principalmente as indenizações devidas às populações atingidas.
“Até o começo de outubro, a gente vai resolver a questão do acordo com a Vale, para resolver o problema de Mariana e de Brumadinho […] É uma coisa que se arrasta há 10 anos, vários compromissos, várias tentativas de fazer acordo, várias decisões judiciais, e a Vale não cumpre. Agora vai ter que cumprir”, antecipou.