'O Agente Secreto', de Kleber Mendonça Filho | Foto: Divulgação
A 78ª edição do Festival de Cannes, que começou nesta terça-feira (13), coloca o cinema brasileiro em posição de destaque internacional. Três produções nacionais estão na programação oficial do evento — e uma delas, O Agente Secreto, de Kleber Mendonça Filho, disputa a Palma de Ouro, o principal prêmio do festival.
Estrelado por Wagner Moura, o filme é um thriller ambientado em 1977, no auge da ditadura militar brasileira. A história acompanha um professor que tenta escapar de um passado violento ao se mudar para Recife, mas passa a ser espionado pelos próprios vizinhos. O longa será exibido no próximo domingo (18) e é tratado como um forte candidato ao prêmio — o que pode alavancar uma campanha para o Oscar 2026.
Veterano em Cannes, Mendonça Filho já esteve na disputa pela Palma de Ouro com Aquarius (2016) e Bacurau (2019), este último vencedor do Prêmio do Júri, espécie de terceiro lugar do festival. No ano passado, ele também exibiu o documentário “Retratos Fantasmas” em uma das mostras paralelas.
Além do destaque na competição principal, o Brasil é o país de honra do Marché du Film (Mercado do Filme), em celebração aos 200 anos de relações diplomáticas entre Brasil e França. O reconhecimento amplia a visibilidade do cinema brasileiro dentro do festival.
Duas outras produções completam a participação do país: O curta-metragem Samba Infinito, de Leonardo Martinelli, concorre na Semana da Crítica. A história acompanha o luto de um gari durante o Carnaval do Rio de Janeiro, com Camila Pitanga e Gilberto Gil no elenco.
O documentário Para Vigo me Voy!, exibido na seção Cannes Classics, presta homenagem ao cineasta Cacá Diegues, um dos grandes nomes do cinema brasileiro, falecido em fevereiro.
Outro destaque é a premiação da diretora Marianna Brennand, que recebe o Woman in Motion, reconhecimento que valoriza o papel das mulheres no audiovisual.
A presença do Brasil em Cannes 2025 vai além da exibição de filmes. É uma afirmação de potência cultural, resistência histórica e renovação artística — num momento em que a indústria audiovisual brasileira busca mais espaço e reconhecimento internacional.