Foto: Ricardo Stuckert
Os produtores agrícolas de médio e grande porte terão acesso a R$ 516,2 bilhões em recursos oferecidos pelo governo federal por meio do Plano Safra 2025/2026, lançado de forma oficial nesta terça-feira (01/07).
O valor representa um aumento de R$ 8 bilhões em relação à safra anterior, e contempla operações de custeio, comercialização e investimento, com condições que variam conforme o perfil do beneficiário e o programa acessado.
Coordenado pelo Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa), o novo ciclo do Plano Safra traz medidas para facilitar a renegociação de dívidas, de forma a garantir flexibilidade para os produtores que tiveram dificuldades em safras anteriores.
Os produtores agrícolas que passarem a adotar práticas sustentáveis em suas lavouras passarão a ter acesso a condições diferenciadas ao obter crédito, como juros reduzidos.
A medida vale para produtores enquadrados no Pronamp (Programa Nacional de Apoio ao Médio Produtor Rural) e os demais produtores que investirem em atividades sustentáveis, com recursos equalizados e respeitados os limites definidos por cada instituição financeira para o ano agrícola.
Outra novidade é a ampliação do limite de renda para enquadramento no Pronamp, que passou de R$ 3 milhões para R$ 3,5 milhões por ano.
Os programas federais voltados para modernização e inovação do agronegócio (Moderagro e Inovagro) foram unificados para facilitar o acesso ao crédito e, com isso, houve aumento do limite disponível para investimentos em granjas para que o setor permaneça atualizado com relação a questões sanitárias.
Ao mesmo tempo, o subprograma RenovAgro Ambiental passa a contemplar ações de prevenção e combate a incêndios, além de recuperação de áreas protegidas. Agora, o produtor agrícola poderá financiar ações de prevenção e combate ao fogo no imóvel rural; usar recursos para a aquisição de caminhões-pipa ou carretas-pipa; e entre os itens financiáveis, mudas de espécies nativas para a reposição e recomposição de áreas de preservação permanente e reservas legais.
O programa de armazenagem (PCA) aumentou seu limite de capacidade e 6 mil para 12 mil toneladas, o que contribui para melhorar a infraestrutura de estocagem e escoamento da produção rural.
Risco climático em pauta no custeio
A partir deste ano, o crédito rural de custeio agrícola passa a exigir a observância das recomendações do Zoneamento Agrícola de Risco Climático (Zarc). Anteriormente restrita a operações de até R$ 200 mil contratadas por agricultores familiares do Pronaf com enquadramento obrigatório no Proagro, a exigência agora se estende a financiamentos acima desse valor e a contratos em que o Proagro não é exigido.
O objetivo é evitar a liberação de crédito fora dos períodos indicados ou em áreas com restrições, contribuindo para maior segurança e sustentabilidade na produção. A exceção ocorre somente nos casos em que não houver zoneamento disponível para o município ou para a cultura financiada.
O crédito de custeio também poderá ser destinado à produção de sementes e mudas de essências florestais, nativas ou exóticas, valorizando iniciativas voltadas à preservação ambiental.
Dentro desse contexto, será permitido o financiamento de insumos e tratos culturais voltados ao cultivo de plantas utilizadas para cobertura e proteção do solo no período de entressafra, incentivando práticas agrícolas sustentáveis.
Outra novidade é a autorização para o financiamento de rações, suplementos e medicamentos adquiridos até 180 dias antes da formalização do crédito, o que flexibiliza o acesso aos insumos.