Foto: Reprodução CartaCapital
O jornalista Mino Carta, fundador e diretor de redação da revista CartaCapital, morreu nesta terça-feira (02/09) aos 91 anos. De acordo com o veículo, que não especificou a causa do óbito, Mino estava hospitalizado há duas semanas na UTI do Hospital Sírio-Libanês, em São Paulo, onde lutava contra “problemas de saúde” que se arrastavam há um ano.
Considerado uma referência do jornalismo brasileiro, o profissional foi responsável pela articulação de algumas das publicações mais icônicas do país. Sua carreira na área começou cedo, aos 16 anos, quando o seu pai, Giannino, recebeu de dois jornais italianos pedidos para escrever sobre a Copa do Brasil. Como não gostava de futebol, teria perguntado ao seu filho se aceitaria a encomenda em seu lugar.
Em 1956, Mino retornou para o seu país natal, Itália, onde passou a trabalhar na Gazetta del Popolo, de Turim. Também atuou como correspondente dos periódicos brasileiros Diário de Notícias e Mundo Ilustrado. Pouco depois, seu pai retornaria ao Brasil para assumir a editoria internacional de O Estado de S. Paulo. Na sequência, seu irmão, Luigi, aceitaria um convite de Victor Civita para trabalhar na Abril e, em pouco tempo, assumiria a direção na editora.
Em 1960, aos 27 anos, Mino assumiu o comando da Quatro Rodas, que foi o pontapé para uma série de empreendimentos revolucionários: esteve à frente da equipe fundadora do Jornal da Tarde (1966) e foi o criador e primeiro diretor de redação da revista Veja (1968), da IstoÉ (1976) e, finalmente, da CartaCapital (1994).
“Mino costumava dizer que CartaCapital era a melhor revista que publicou e dirigiu, a mais próxima de sua concepção de jornalismo, baseada em três premissas: a fidelidade à verdade factual, o exercício do espírito crítico e a fiscalização do poder onde quer que ele se manifeste. Com um ponto-de-vista diferente, em contraposição ao pensamento único dominante na mídia, a publicação acaba de completar 31 anos”, escreveu a revista em homenagem ao fundador.