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Combate ao crime organizado? Não, estúpido, é só medo do Lula

Nov 22, 2025

Por Bepe Damasco                                                 

                                                  

Foto: Kaio Magalhães/Câmara dos Deputados

Ao pegarem carona no Projeto de Lei Antifacção, de autoria do Executivo, e deformá-lo, o presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta, e seus pares do Centrão em nenhum momento pensaram em combater o crime organizado.

Como são políticos com p minúsculo, ficou evidente a inspiração eleitoreira da manobra, que contou com o óbvio apoio da extrema direita.

Aliás, todos os movimentos da maioria conservadora do Congresso Nacional, desde que Lula se recuperou na pesquisas e reafirmou seu favoritismo para alcançar o quarto mandato, são pautados pela eleição de 2026.

Ou alguém acha que essa turma tem estatura suficiente colocar seus mandatos a serviço da luta para frear a ação das quadrilhas de criminosos, sejam elas de traficantes de drogas ou de milicianos, cada vez mais enraizadas em todo o território nacional?

No caso específico do PL Antifacção, uma megaoperação foi montada para não permitir que o governo Lula capitalizasse politicamente a aprovação de seu projeto.

A matança de 121 pessoas por parte das forças de segurança do Rio, a mando do governador Cláudio Castro, assanhou os demais governadores bolsonaristas.

Defendendo o extermínio como principal método de repressão à criminalidade, Tarcísio, Caiado, Zema e Ratinho Júnior descobriam a pólvora: a única maneira de derrotar Lula é explorar ao máximo na questão da segurança pública, respaldados por pesquisas que revelam ser essa a preocupação número 1 dos brasileiros.

Dane-se que eles contem com ampla maioria nos Legislativos de seus estados.

Dane-se que as bancadas federais desses estados estejam sob seu controle.

Dane-se que a Constituição da República seja clara ao responsabilizar os estados pela segurança pública.

A culpa é do Lula. 

O passo seguinte foi convencer Hugo Motta a trazer de São Paulo o secretário de Segurança Pública de Tarcísio de Freitas, para relatar o PL Antifacção. Não para aperfeiçoá-lo, mas para sabotar as iniciativas do governo federal e enfatizar o papel central dos estados no "combate" ao crime.

E assim foi feito. Da forma patética, bem reveladora do modus operandi e do nível intelectual de seus protagonistas, se esquivaram de qualquer discussão com a sociedade, produzindo seis relatórios diferentes, sendo que o último entrou no sistema da Câmara alguns minutos antes de as discussões começarem no plenário.

Derrite queria equiparar os crimes de tráfico de drogas aos de terrorismo, para facilitar intervenções dos Estados Unidos. Não conseguiu.

Derrite tentou excluir a Polícia Federal das investigações sobre o crime organizado, a menos que houvesse a concordância dos governadores. Também teve que recuar. 

Contudo, incluiu no texto aprovado o estrangulamento financeiro da Polícia Federal, mudando as regras de dois fundos importantíssimos para as operações da PF (o grande terror de vários parlamentares do Centrão e da extrema direita), além de criar vários obstáculos para o bloqueio dos bens dos criminosos, remetendo-o para as calendas gregas, ou seja, só para depois do trânsito em julgado das sentenças. 

Fez bem o governo de orientar o voto contrário. O triunfo do Centrão pode se transformar, porém, em uma vitória de Pirro. Claro que já está em curso a previsível  operação pós-votação da extrema direita e do Centrão acusando o governo de votar contra um clamor legítimo da sociedade, afinal mentira e empulhação são com eles mesmos.

Mas, a reação do campo democrático nas redes, a indicação do senador Alessandro Vieira, um ex-delegado independente, para relatar o projeto no Senado, e o discurso contundente e unificado do governo contra a esculhambação do texto, acendem a esperança de que ainda há lenha para queimar nessa história.

 

 

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