"A divulgação tardia de ilações já esclarecidas tumultua ainda mais um noticiário parcial e distorcido", havia se manifestado o Instituto Lula a respeito do tratamento dado pelos jornais às informações de Nestor Cerveró, ex-diretor da Petrobras. Por meio de nota da entidade, Luiz Inácio Lula da Silva desmentiu, por exemplo, que Cerveró foi indicação sua, e teria sido uma recomendação do PMDB. Lembrou que o "exército de jornalistas 'investigativos'" não citou que Lula prestou esclarecimentos à Polícia Federal, ainda em dezembro, após Cerveró fechar o acordo de delação. E, agora, o mesmo "exército", mais uma vez tardiamente, informa que Lula contratou o advogado criminalista Nilo Batista.
Ao contrário do que a Folha de S. Paulo publicou, de que o ex-presidente "vinha adotando a tática de mostrar-se como perseguido por setores do Judiciário e pela imprensa", Lula mantem, desde as primeiras informações referentes à Operação Zelotes, uma postura de reagir por meio de defesas.
No dia 1° de outubro do último ano, o jornal O Estado de S. Paulo relacionou a Medida Provisória (MP) de 2009 a um contrato assinado em 2014, cinco anos depois, entre a Marcondes e Mautoni e a LFT Marketing Esportivo, do filho de Lula, Luiz Cláudio Lula da Silva. Com a divulgação que Lula credita como "falsa", os jornalistas foram processados. Posteriormente, um inquérito realizado com a busca e apreensão no escritório da LFT foi arquivado, sem indiciar o filho do ex-presidente, confirmando-se judicialmente a distorção cometida pelo veículo.
Além da Zelotes, desde que o nome de Lula é relacionado à Operação Lava Jato, a entidade do ex-presidente responde a cada um dos ataques com notas oficiais, fornecendo seus argumentos e, quando possível, anexando documentos para reforçar a defesa de Lula.
A "novidade" disseminada nesta quinta-feira (14) é referente à contratação do criminalista Nilo Batista para a equipe de advogados do ex-presidente. Na contramão do histórico de posicionamento de Lula, a Folha de S. Paulo afirma que, segundo aliados, o ex-presidente teria "tomado consciência de que algo mais grave pode acontecer".
E apesar de relacionar a contratação de Batista com as recentes informações do ex-diretor da Petrobras em inquérito da Lava Jato, Nilo Batista - um dos principais criminalistas do Rio de Janeiro, ex-governador do Estado e ex-vice de Leonel Brizola - foi chamado para atuar no caso da Zelotes. O próprio jornal elenca que sua primeira atuação foi acompanhar o depoimento de Lula à Polícia Federal, no dia 6 de janeiro, em procedimento dos investigadores na Zelotes.
Nilo Batista se junta aos advogados Cristiano Zanin Martins e Roberto Teixeira para a defesa do ex-presidente.