Na tarde de hoje, duas mulheres deveriam ter sido notícia. Só uma delas foi, praticamente.
Uma, mesmo afastada do poder, vai visitar as obras do acelerador de partículas, o O Laboratório de Luz Síncroton na Unicamp, instalações e equipamentos sofisticadíssimo, indispensável a pesquisas avançadas sobre física atômica, química, biologia e nanotecnologia.
Outra, vira ré no processo por ser “usufrutária” dos roubos do marido, flagrada por despesas de dezenas de milhões de reais em um só dia em lojas de griffe e outros mimos.
A primeira mulher, Dilma Rousseff, é quase ignorada pela imprensa e mandam-lhe cortar até o clipping dos jornais, apesar de ser a Presidente da República, está sendo julgada pelo Senado, por uma maioria sanguinária, que não se importa que até as testemunhas de acusação a inocentem dos supostos crimes de que é acusada.
A segunda, que não recebe xingamentos, palavrões, hostilidades – e não deve mesmo receber – vai ficar pouco tempo na Vara de Sérgio Moro – como avisa o próprio Eduardo Cunha em seu facebook – para ser julgada com toda a isenção e oportunidades de defesa no Supremo, até porque seus crimes são absolutamente integrados ao do marido.
Uma é o Brasil moderno, onde as mulheres se afirmam como dirigentes, profissionais, cientistas, seres humanos plenos de direitos e oportunidades.
A outra é o Brasil do “minha senhora”, onde a “madame” é uma projeção do marido e de seu dinheiro, de onde lhe vêm os alfinetes, ainda que de ouro. E ela será virtuosa se bela, recatada e do lar. Ou dólar, Miami, St. Moritz…
Qual é o Brasil que queremos e teremos amanhã?