Uma das palavras mais empregadas por Aécio em sua campanha fracassada para a presidência foi meritocracia.
Meritocracia, expressão largamente utilizada nas corporações, é dar empregos aos melhores, e não aos amigos e aos parentes.
Como tantas coisas em Aécio, a começar pela corrupção galopante, todos ficaram sabendo, nos últimos meses, o real significado da meritocracia à Aécia.
Considere o último escândalo em que o nome de Aécio apareceu com destaque: a cobrança de 3% de propina numa obra bilionária da OAS em Minas quando ele era governador.
Essa cobrança estará na delação do dono da OAS, Leo Pinheiro.
O homem da mala de Aécio, nesta história, foi Oswaldo Borges da Costa Filho, o Oswaldinho.
Oswaldinho é contraparente de Aécio. É casado com uma filha de seu padrasto.
Em 2002, eleito governador, Aécio deu a Oswaldinho a presidência da Companhia de Desenvolvimento de Minas Gerais, estatal que controla mineradoras e hoteis.
Qual o mérito de Oswaldinho para o cargo de tamanha importância senão o de pertencer à família de Aécio?
O que ele fizera antes fora coordenar campanhas para Aécio ao estilo do esquema denunciado por Leo Pinheiro. A Folha informa que ele tem uma coleção de carros raros, “entre eles um Rolls Royce que Aécio costumava usar quando governador”. (Mas não, por favor não: não chamemos Aécio de playboy.) É de Oswaldinho o jato com o qual Aécio se movimentou na campanha de 2004.
São múltiplos os casos de nomeação de parentes e amigos por Aécio. É uma coisa obsoleta, típica de coroneis.
É o avesso da meritocracia. Isto revela o tamanho da hipocrisia de Aécio.
Os brasileiros têm, hoje, um retrato preciso de Aécio.
Por trás do moralista se escondeu o corrupto, um homem de esquemas e de propinas.
Por trás do meritocrata, estava o homem que indicava homens de sua curriola para fazerem o que Oswaldinho fez.