Dia desses li a resposta fulminante do jornalista e escritor Marcelo Rubens Paiva à afirmação do ministro do STF Dias Toffoli de que "alegar que há um golpe em andamento é uma ofensa às instituições brasileiras."

Disparou Marcelo : "Há um golpe em andamento e as instituições brasileiras são uma merda. Pronto, ofendemos."

E por serem a bosta que são, hoje é dia do ato final da gigantesca farsa montada pelas "instituições que funcionam" para roubar o mandato legítimo de Dilma Vana Rousseff, legitimado pela soberania popular com 54 milhões de votos.

A reger essa orquestra de anões morais, a elite brasileira, que, não satisfeita com sua condição de mais vagabunda e mesquinha do planeta, protagoniza um vexame internacional sem precedentes para o Brasil.

O problema para os que ora assaltam o poder sem voto é que em Nova Iorque, Paris, Roma, Londres, Bruxelas, Madri, Copenhague, Estocolmo, Moscou, Pequim, Lisboa, Sydney, Stambul, Pretória, Tóquio, etc, ninguém se informa através de lixos como Globo, Veja, Folha e Estadão.

Lá fora corre solta a informação sobre o tipo de mídia que temos no Brasil, que há muito abdicou de princípios jornalísticos mais comezinhos para fazer propaganda das teses da direita; sobre a composição indigente do parlamento brasileiro; sobre a partidarização e o golpismo da polícia federal, do ministério público e do judiciário (assim mesmo, com minúsculas) e sobre uma suprema corte que está longe da ousadia e da estatura jurídica que a gravidade do momento exige.

Ao estourarem o champanhe da "vitória de Pirro" neste 11 de maio, canalhas e vermes golpistas baterão, cinicamente, na tecla do "funcionamento das nossas instituições." Mas esse arremedo de antídoto institucional para a forte reação da sociedade contra o governo usurpador está fadado ao fracasso.

Vale notar que a resistência a governos tiranos é respaldada até por resolução da ONU. Como diz o professor Wanderley Guilherme dos Santos, em artigo recente, o governo Temer não deve ser obedecido. Seu não reconhecimento por parte de entidades, partidos e vastos segmentos da sociedade abrirá caminho para a organização de uma sublevação cívica capaz de derrubá-lo.

Mas não deixa de ser profundamente lamentável que a jovem democracia brasileira sofra um rombo desse tamanho no exterior. Com todo o respeito que merecem o povo paraguaio e hondurenho, mas a partir de hoje a política que se pratica num país de dimensões continentais como o Brasil, sétima maior economia do planeta, passa a ser equiparada ao que há de pior em termos de falta de respeito a premissas democráticas e republicanas.