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Movimentos retomam atos contra o golpe no domingo

Jul 28, 2016

Por Rede Brasil Atual                   

 

 

São Paulo – A Frente Povo sem Medo concentra forças para a realização de atos por todo o país no próximo domingo (31). A organização divulga sua página no Facebook uma agenda de manifestações também em várias cidades importantes da Europa, promovidas por coletivos e entidades em defesa da democracia no Brasil e contra o golpe que afastou Dilma Rousseff da presidência da República.

“Chamamos as manifestações para o dia 31 precisamente como uma maneira de dar continuidade ao processo de mobilização pelo Fora Temer, pela defesa dos direitos sociais, diante do risco real de ataque. E também, nesse caso, pela defesa de um plebiscito (sobre antecipação das eleições) pelo qual o povo possa decidir, não apenas o Senado”, diz Guilherme Boulos, coordenador da frente. “Não é aceitável que o destino político do país fique na mão dos senadores. É importante que o povo seja chamado a decidir. Estão anunciando uma série de projetos que visam, na verdade, fazer o Brasil andar 30 anos para atrás”, diz o líder do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST).

O ativista comentou o recuo de organizações como o Movimento Brasil Livre (MBL), que divulgou há três dias uma nota informando que não fará mais parte da organização de manifestações a favor do impeachment no próximo domingo. A justificativa é de que “a votação do impeachment no Senado acontecerá no final de agosto”. Segundo a entidade, a data é também inadequada “por ser volta das férias escolares e por coincidir com manifestações marcadas por grupos petistas”.

“Talvez tenham percebido que a manifestação deles seria um fiasco. Não têm o que dizer. Foi cometido um estelionato. Venderam que o impeachment seria uma maneira de acabar com a corrupção. Mas, com o impeachment, se colocou no poder uma autêntica quadrilha”, afirma Boulos. “Então, não sei com que cara essa gente tem condição de sair na rua.”

Centrais
As centrais sindicais definiram a data de 16 de agosto como um dia de mobilização nacional por manutenção de direitos sociais, criação de empregos, retomada do crescimento e contra a agenda de retrocessos e ameaças aos direitos trabalhistas pelo governo interino de Michel Temer. A programação marca a retomada de ações promovidas conjuntamente pelas centrais.

Depois do afastamento de Dilma Rousseff, em 12 de maio, Força Sindical, UGT, CSB e Nova Central chegaram a realizar reuniões com o governo interino, que pretende levar adiante mudanças na Previdência Social, como ampliação da idade mínima e equiparação da idade de homens e mulheres para acesso a aposentadoria. CUT e CTB se recusaram a dialogar com o governo, considerado ilegítimo.

No dia 16, estão previstas manifestações em frente a sedes de organizações empresariais em todo o país. Em São Paulo, por exemplo, o ato será realizado diante da Fiesp, na Avenida Paulista. O objetivo é oferecer resistência ao lobby empresarial junto ao governo interino com vistas a apressar projetos que culminem com a redução ou eliminação de direitos.

“Há uma ofensiva sem precedentes, patrocinada pelo governo provisório e pelos empresários”, diz o secretário-geral da CUT, Sérgio Nobre. “As manifestações do dia 16 serão para dizer que não aceitaremos retiradas de direitos e nenhuma mexida na Previdência e na legislação trabalhista que precarize as relações de trabalho.”

As entidades e frentes mais representativas dos movimentos sociais e progressistas não chegaram a um consenso sobre plebiscito que consulte a população sobre a antecipação das eleições. Na Frente Brasil Popular (FBP) a tese não tem consenso entra as mais de 60 entidades participantes. Por isso a frente não participa da organização dos atos do dia 31, mas deixa a seus membros, individualmente, a decisão de participar das manifestações do domingo. A FBP planeja promover um grande ato no dia 5 de agosto, no Rio de Janeiro – por ocasião da abertura dos Jogos Olímpicos. No dia 9 serão programadas manifestações descentralizadas pelo país, segundo Raimundo Bonfim, coordenador do coletivo e dirigente da Central de Movimentos Populares.

Guilherme Boulos minimiza as divergências. "A diversidade é fundamental. No interior da Povo sem Medo, se tirou uma posição unitária que vai ser levada às ruas no dia 31", diz. "Mas o foco essencial do dia 31 é o Fora Temer."

Para a CUT, afirma Nobre, a Frente Povo sem Medo “é parceira na luta contra o golpe”. Por isso, explica, o fato de a central não estar na organização das manifestações do dia 31 não significa que esteja contra. “É importante que as organizações de base, que têm trabalhado unitariamente com a Povo sem Medo, ajudem a organizar (as manifestações do dia 31). As entidades filiadas à CUT têm plena liberdade para participar e ajudar.”

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